Uma das melhores bandas brasileiras não mora no Brasil, na verdade. Radicado em Milão, o quarteto Selton faz uma música com referências de ritmos brasileiros e latinos, com interrpetações em português, inglês e italiano.

Recentemente, o grupo esteve no Brasil divulgando o disco “Loreto Paradiso” e promete voltar em novembro – dessa vez, com o desejo de mostrar esse trabalho em Belo Horizonte. A produção do álbum é novamente do milanês Tommaso Colliva, que assinou o anterior “Saudade”, além de trabalhar com Muse, Franz Ferdinand e Phoenix.

“O disco passou por diversas fases, estúdios e países diferentes antes de chegar ao resultado final. Do nosso estúdio caseiro, aos estúdios da Ishtar, em Milão, da Ishtar ao estúdio do nosso produtor em Londres, de Londres a uma casa no litoral sul do Brasil, onde finalizamos parte das vozes do disco... Queríamos que Loreto Paradiso respirasse diversidade, complexidade de estímulos, paisagens e línguas diferentes, e acredito que o fato de ter gravado ele de maneira tão "itinerante" tenha ajudado a sublinhar esses aspectos”, afirma Ramiro Levy, vocalista do grupo.

Ir mais fundo

Segundo o artista, o grupo buscou, em “Loreto Paradiso”, ir mais fundo em todos sentidos, desenvolvendo ao máximo a estética que havia sido apresentada em “Saudade”. “Me refiro ao multilinguismo e à ousadia nos arranjos, e também ao contraste ainda mais brusco entre eletrônica e elementos acústicos. Buscamos também ousar nas letras, dizer as coisas de maneira mais crua, ir mais 'direto ao ponto'. Se em Saudade o sentimento predominante era o 'sentir-se estrangeiro em qualquer lugar', em 'Loreto Paradiso' aceitamos o lugar em que nos encontramos, e enfrentamos os problemas de frente”, completa.

Compartilhar