'Sem Fim', de Marilda Castanha, não tem palavras, mas diz muito

Vanessa Perroni
vperroni@hojeemdia.com.br
11/03/2017 às 15:10.
Atualizado em 15/11/2021 às 13:42

Muitas ilustrações, nenhuma palavra e inúmeras histórias. Assim é a obra infantil “Sem Fim” (Editora Positivo), da ilustradora mineira Marilda Castanha. Por meio de uma linguagem universal, ela narra a convivência entre um homem e uma árvore. 

Ao longo das 30 páginas, feitas em tinta acrílica e máscara de aquarela, a autora convida o leitor a pensar a própria relação com a natureza. A árvore inventada por Marilda ganha algo humano nos movimentos, assim como o homem vai somando elementos da natureza ao comportamento. 

Nas primeiras páginas, o personagem aparece apenas com uma caixa de madeira – elemento metafórico para falar sobre o desmatamento e a finalidade dessa ação. 

A publicação pode ser considerada uma fábula, em que as cores são um ponto fundamental no enredo. O mundo da árvore é colorido; o do homem, todo branco, quase sem vida. Por aí, a autora deixa um recado e leva o leitor a refletir. 

O universo de ambos só ganha mais cores quando se une. O homem planta mais árvores e passa a dividir o espaço com a árvore. Assim fica a ideia de que o ser humano é parte da natureza e propõe a reflexão sobre como o homem tem se relacionado com ela. Uma forma leve e sem frescuras para falar sobre natureza e os riscos de sua destruição.

Interpretações variadas
As ilustrações dão margem para mais de uma leitura, abrindo espaço para várias histórias. Tudo depende da interpretação e da bagagem de cada leitor, que se torna um coautor da publicação.

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