‘Sentado no Céu’: Nathan Itaborahy transita por rock, MPB e jazz em novo registro

Thiago Prata
@ThiagoPrata7
20/07/2020 às 19:17.
Atualizado em 27/10/2021 às 04:04
 (Clara Castro/Divulgação)

(Clara Castro/Divulgação)

Os primeiros versos da faixa-título do álbum “Sentado no Céu” sintetizam uma jornada de “libertação” do mineiro Nathan Itaborahy: “Em boa parte/ Parte boa da minha vida/ Eu tava no oitavo andar/ Parado, sentado, sentindo o tempo voando pra dentro da cabeça/ (...) Diziam: tem gente que (...) fala pouco/ E agora cisma de cantar”. É o compêndio da história de um jovem criado em um ambiente musical que deixou Juiz de Fora para se formar em geografia, em Belo Horizonte, mas que largou o meio acadêmico e regressou à terra natal, onde encontrou a felicidade, metamorfoseada na criação de canções e poesias. 

“Resolvi viver de música, e no meu bloquinho podia colocar minhas ‘piras’”, resume Itaborahy, há quatro anos seguidos vivendo no tal apartamento do oitavo andar de um prédio na cidade do interior. 

“Fiquei sem grana por um tempo. É o preço que se paga para ser artista. Fui me envolvendo com o movimento artístico de Juiz de Fora. E nisso fui compondo, descobrindo maneiras de se fazer música... Várias composições foram para projetos e gravadas por outras pessoas. Acumulei algumas canções mais pessoais, e aí veio essa coisa do cantautor, de cantar, compor e descobrir a canção”, sintetiza, sobre o período que compreende seu retorno à Zona da Mata e a gestação de seu mais recente rebento musical.

Letras

Em 2016, Itaborahy publicou seu primeiro livro de poesias, “Devaneios Necessários”, o que, de certa forma, o incentivou a continuar a escrever. A partir dali, surgiram várias das letras que viriam a integrar sua trajetória no mercado fonográfico.

“A maioria das coisas que escrevo, gravo no celular. Se me vem um verso na cabeça, já gravo. Pode ser que numa conversa com alguém surja um verso ou uma rima, e aí eu já anoto (risos)”, salienta ele, leitor assíduo das obras de Paulo Leminski e Manoel de Barros, algumas de suas referências literárias.Clara Castro/Divulgação

Músicas

Profundo admirador de discos como “Living in the Past” (1972), do Jethro Tull, “Gilberto Gil” (1971), de Gil, e “The Dark Side of the Moon” (1973), do Pink Floyd, o músico mineiro se envereda por vários caminhos em “Sentado no Céu”, transitando por rock e MPB e ousando na inserção de coisas mais sofisticadas ao flertar com o jazz. Exemplo claro dessa miscelânea está contido em atos como “Macaco Véio”, décima faixa do álbum.

“Sou baterista, e já tem algum tempo que venho escutando muita música instrumental. Além disso, estudo na Bituca (Universidade de Música Popular, em Barbacena). Estou tentando sempre evoluir, tem tanta coisa a se aprender... Levo essas influências do jazz, do rock e da MPB para montar um quebra-cabeças”, destaca.Reprodução capa

Próximos passos

E assim que passar esse período de pandemia, Itaborahy promete fazer um giro de promoção do álbum e iniciar uma nova etapa em sua carreira, deixando a cidade onde tudo começou de verdade.

“Estarei de mudança para São Paulo, quero construir uma história lá. Enquanto isso, vou lançar mais clipe, algumas coisas experimentais, coisas conceituais mesmo. Toda semana vem uma nova ideia”, diz.Clara Castro/Divulgação

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