Sinfônica Pop convida Chico César, que apresenta canções de 'Estado de Poesia'

Lucas Buzatti
lbuzatti@hojeemdia.com.br
09/11/2017 às 17:56.
Atualizado em 02/11/2021 às 23:37
 (Luiz Garrido/Divulgação)

(Luiz Garrido/Divulgação)

“A alegria é a maior das subversões. E acredito que ‘Estado de Poesia’ traz essa alegria”, reflete Chico César, traçando um paralelo entre seu mais recente álbum e o conturbado momento sociopolítico que vive o país. Em um cenário de ameaça à liberdade de expressão, em que as artes foram alçadas a alvo da turba conservadora, o cantautor paraibano evoca a resistência, a união e a esperança. Como? Justamente por meio da subjetividade e da potência do fazer artístico, tão presentes nas canções de “Estado de Poesia” (2015), trabalho que o artista apresenta novamente em Belo Horizonte, neste fim de semana.

Dessa vez, porém, as faixas do disco chegam com nova roupagem de gala. É que Chico César é o convidado do Sinfônica Pop, projeto da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais (OSMG) que mescla o popular e o erudito e já recebeu nomes como Elba Ramalho e Luiz Melodia. Com regência do maestro assistente da OSMG, Sérgio Gomes, as apresentações acontecem neste sábado (11) e domingo (12), no Grande Teatro do Palácio das Artes.

Especialmente criados para a ocasião, os arranjos são assinados pelos músicos Marcelo Ramos e Fred Natalino e enfocam o repertório do novo trabalho. “Quando recebi o convite da Orquestra, disse que não queria fazer um concerto de hits, um apanhadão da carreira, mas o ‘Estado de Poesia’ sinfônico. Queria levar o material que estou trabalhando hoje para esse novo lugar, da linguagem sinfônica”, conta Chico César, em entrevista ao Hoje em Dia, lembrando que o repertório também inclui medleys com canções de outros discos – como “Mama África”, “Beradêro” e “À Primeira Vista”– e releituras de clássicos da MPB, como “Espumas ao Vento” (Accioly Neto) e “Pra Não Dizer Que Não Falei das Flores (Geraldo Vandré).

Chico conta que se encantou com a entrega dos músicos da OSMG e com a qualidade dos arranjos. “Fiquei impressionado com a suíte criada para a abertura do concerto. É um compilado de 42 canções minhas, como se fosse um filme sonoro da minha vida. Uma pesquisa muito séria”, diz. 
Sobre tocar no Palácio das Artes, espaço recentemente atacado por manifestações conservadoras, o paraibano ressalta que o artista brasileiro vive um momento-chave. “Estamos assistindo a uma manifestação medieval de ameaça à liberdade de expressão e à democracia. Quando o artista chega trazendo o corpo, a imagem, o lúdico, a palavra subjetiva, é ele quem os conservadores querem silenciar”, reflete. “Mas não podemos recuar. É preciso constranger os autoritários, é preciso que eles voltem às suas tocas”.

Serviço: Sinfônica Pop convida Chico César – “Estado de Poesia Sinfônico”. Sábado (11), às 20h30, e domingo (12), às 19h, no Grande Teatro do Palácio das Artes (av. Afonso Pena, 1.537–Centro). Ingressos: R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia-entrada).

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