(Leonardo Aversa/Divulgação)
Trabalhar conjuntamente a orquestras sinfônicas não é propriamente uma novidade na trajetória do cantor, compositor e instrumentista Ivan Lins. "Faz mais de 10 anos que trabalho com orquestras sinfônicas. E sempre é maravilhoso", diz, ao Hoje em Dia, ele, que neste sábado à noite encerra, no Grande Teatro do Palácio das Artes, a edição 2014 da Série Sinfônica Pop, ao lado da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais. No palco, serão interpretadas 15 canções que revisitam a trajetória musical de Lins, com arranjos compostos por Vince Mendonza, Fred Natalino, Nelson Ayres e Marcelo Ramos, o regente titular da Sinfônica. Ivan Lins preferiu não se imiscuir na seleção do repertório. "O repertório foi escolhido pelo maestro. Gostei. E não opinei em nada...por enquanto (risos)". O público poderá conferir a versão orquestrada de composições como “Dinorah, Dinorah”, “Madalena”, “Lembra de Mim” e “Começar de novo”, sucessos que já fazem parte do imaginário do povo brasileiro. O repertório procura evidenciar as características mais expressivas de Ivan Lins: a combinação de ritmos diferentes, fortemente nacionais, e melodias muito marcantes de fácil apreensão pelo público. Para Fernanda Machado, Presidente da Fundação Clóvis Salgado, “ao trazer artistas como Ivan Lins, a Instituição oferece ao público mineiro uma ótima oportunidade de conhecer ou relembrar a boa música brasileira, além de conferir a qualidade e versatilidade da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, ao executar músicas de grande relevância artística”. Valorização do instrumento erudito Segundo o Maestro Marcelo Ramos, as composições foram escolhidas a dedo. Em meio ao vasto repertório de Ivan Lins, foram selecionadas aquelas com maiores possibilidades rítmicas, que poderiam ser utilizadas de forma a atender as potencialidades de uma orquestra completa, como a OSMG. “Sempre tentamos encontrar um movimento para valorizar os instrumentos eruditos. É um jeito de apresentar essas composições já conhecidas do público de uma outra forma. Por exemplo, o que na partitura original é um assovio, na nossa Orquestra se torna uma introdução com instrumentos de sopro”. Três das composições têm arranjo do americano Vince Mendoza, que foram pensados originalmente para o álbum ganhador do Grammy em 2009: Ivan Lins e The Metropole Orchestra, na Holanda. Já o maestro Marcelo Ramos é responsável por sete dos 15 arranjos criados para o evento. “Existe sempre um cuidado com os arranjos. Eles precisam ser inovadores e, ao mesmo tempo, valorizar as características e potencialidades da nossa Orquestra. Nosso objetivo é que essas composições sejam feitas sob medida e não que a OSMG se adeque às composições já prontas”, conclui o maestro. Além deste trabalho específico, Ivan Lins conta, ao Hoje em Dia, que já tem um disco pronto para lançar em março, "com regravações de algumas canções que se perderam em discos passados, e das quais gosto muito". "Além de quatro canções que foram gravadas por outros artistas, mas não por mim. Vai se chamar 'América, Brasil'. Além disso, terei outros projetos (para 2015), ainda em fase de montagem, que farão parte da celebração de meus 45 anos de carreira e 70 anos de idade, que completo ano que vem. Mas ainda não posso falar deles", despista. Ivan Lins não titubeia, porém, ao apontar aquele que deverá ser, na noite de hoje, um momento de singular emoção: quanto soltar o vozeirão a serviço da múscia "Iluminados". "É uma das duas canções que compus para meu casamento com Valeria, minha atual esposa", explica ele, que, anteriormente, foi casado com Lucinha Lins - aliás, um dos frutos desta união foi Claudio Lins, cantor e ator respeitado. Série Sinfônica Pop com Orquestra Sinfônica e Ivan Lins - Sábado, dia 29, às 20h30. Grande Teatro do Palácio das Artes – Av. Afonso Pena, 1534 - Centro. Classificação: 10 anos. Ingressos: R$60 (inteira) e R$30 (meia). Informações para o público: (31) 3236-7400