Solar e ácido: Isabella Taviani lança 'A Máquina do Tempo', disco mais ‘iluminado’ da carreira

Thiago Prata
@ThiagoPrata7
25/02/2020 às 14:58.
Atualizado em 27/10/2021 às 02:45
 (Fotonauta/Divulgação)

(Fotonauta/Divulgação)

Neste início de 2020, Isabella Taviani deu fim a um hiato de quase oito anos sem um álbum de inéditas ao conceber “A Máquina do Tempo”, sucessor de “Eu Raio X” (2012). Como sugere o título do mais novo disco, é interessante fazer uma viagem, rumo ao passado, cerca de uma década atrás, para entender um pouco da pungência e do clima divertido das mais recentes composições da cantora e multi-instrumentista carioca e também o quanto essa empreitada se relaciona com esta etapa de sua vida – agora como mãe.

Foi em 2010 que ela conheceu seu amor e sua companheira. “A Myllena é mineira e uma artista incrível”, sintetiza Isabella a respeito daquela que também passou a ser uma parceira e tanto em sua trajetória musical. A dupla assina seis das 11 faixas do atual trabalho. “Sou uma compositora mais focada em melodias. Elas me tocam muito, mais que letras incríveis. E a Myllena, que está terminando um livro, escreve muito bem. Então houve essa união de melodias e letras”, completa.Fotonauta/Divulgação

Antes de voltar ao presente, é obrigatório uma parada no dia 12 de dezembro de 2018. “O dia em que me casei”, relembra Isabella. Uma data-chave para a artista carioca, “desafiada” logo em seguida. “Uma fã teceu um comentário de que eu, por ter me casado, não faria mais aquelas letras ácidas, de ‘cortar os pulsos’. Eu olhei e disse: ‘como assim? Claro que vou continuar sendo eu mesma’”, recorda. Era o prólogo para a concepção de uma nova canção, “Rivotril”, faixa que abre “A Máquina do Tempo”.

 “Comecei uma live para pedir aos meus fãs que me ajudassem a escrever a música. Eu falava o que queria utilizar na letra, eles davam palpites: ‘ah, isso é bom’, ‘ah, muda essa palavra’. A gente discutia sobre a música. Às vezes, eu ficava meio surda e embarcava mais no que eu queria dizer (risos). Achei a experiência incrível e quero repeti-la. É algo que faz ficar mais próxima dos fãs. São os prazeres que a internet pode nos dar”, relata.

Mãe

Nos idos de 2018, Isabella desembarcou na Argentina para a produção de parte do álbum, o qual contou com músicos portenhos. Já no fim de 2018, soube que seria mãe, e esse sentimento influenciou de alguma forma nas gravações do restante do disco gravado no Brasil em 2019. “As músicas já estavam prontas. Mas eu carregava comigo aquela energia da maternidade (quando entrou em estúdio no Brasil), de querer me superar, ser uma heroína para meus filhos, fazer meu melhor. Tenho esse sentimento, essa vontade de que meus filhos tenham orgulho de mim. E tenho que dar certo, pois agora são duas vidas a mais que tenho que cuidar”, diz a mamãe-coruja de Ignácio e Estevão.

“Acredito muito nesse álbum, um disco moderno, com letras interessantes, algo mais solar, mais divertido, com meu lado sarcástico também”, complementa Isabella.Fotonauta/Divulgação

Futuro

“Máquina do Tempo” receberá uma turnê de promoção com uma estrutura de palco que condiz com seu título. “Será uma criação do Ronaldo Lessa e Marcelo Coutinho, juntamente comigo. Haverá um túnel do tempo ‘desconstruído’. Depois que assisti ‘A Invenção de Hugo Cabret’ (de 2011, dirigido por Martin Scorsese) uma ‘engrenagem’ como a do filme. Queria um figurino como um chapeleiro maluco. Haverá ponteiros para cima e para baixo...”, conta ela.

Por enquanto, Belo Horizonte não está na rota da cantora neste giro pelo país. Obviamente, isso pode mudar. “A estreia será em 20 de março, no Tom Brasil, em São Paulo. Depois teremos Rio, Niterói, interior de São Paulo, Nordeste... Quero voltar a Minas Gerais. Acho que deve rolar em Juiz de Fora, tenho mais força no Sul de Minas. Mas gostaria de ir a BH, sim”, salienta.Capa/Reprodução

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