'Sonora - Festival Internacional de Compositoras' chega à terceira edição

Jéssica Malta
jcouto@hojeemdia.com.br
01/11/2018 às 16:40.
Atualizado em 28/10/2021 às 01:33
 (Paulo Abreu/Divulgação)

(Paulo Abreu/Divulgação)

Foi para dar visibilidade e legitimar a presença de mulheres compositoras, que teve início o “Sonora – Festival Internacional de Compositoras”. Hoje o projeto chega a sua terceira edição e tem mais do que nunca seu valor reforçado. “Em tempos sombrios como os que se aproximam, estar juntas nos fortalece muito, principalmente nós mulheres que somos muitas vezes vítimas e alvo da violência que tem crescido”, pontua a cantora e compositora Bia Nogueira, uma das organizadoras do festival.

Para além da importância reforçada pelo próprio contexto do país, o festival ainda colhe outros frutos: um deles é a própria expansão do projeto, que acontece atualmente em cerca de 70 cidades espalhadas pelo Brasil e pelo mundo. “Ao longo dessas edições vi uma cena feminina bastante profícua e coletivizada se estabelecer”, destaca a cantora.

Ela sublinha o caráter multi-regional como um dos fatores que fortalecem o movimento. “Depois da nossa iniciativa outras também surgiram e isso fortaleceu a cena de compositoras não só aqui mas em outros lugares. Isso foi o ponto de partida para que as mulheres passassem a circular por outras cidades e outros países. Formou-se uma rede muito próxima”, conta.

Nogueira ainda vê no festival um incentivo para que as mulheres possam mostrar suas composições. “Existe esse fator subjetivo. Há uma insegurança de achar que o trabalho não é suficiente. Esse lugar de acolhimento de mulheres tocando e mulheres querendo ouvir é muito importante”, acredita. “A plateia é formada principalmente por mulheres e as temáticas tratadas são muito particulares da vivência feminina. Ela só pode ser contada de maneira autêntica por outra mulher. Temos uma tradição na MPB de homens falando em nome de mulheres, então quando vez uma mulher falando sobre si é muito potente e poético”, pontua.

Mas, apesar de toda a força do festival, ainda existem obstáculos a serem superados. “Desde a primeira edição temos uma dificuldade enorme, mesmo com os projetos de outros lugares. Há uma falta de incentivo do poder público que a gente avalia também como uma cultura machista excludente”, afirma Nogueira.

Programação

O pontapé inicial do festival é dado no Teatro de Bolso do Sesiminas, com apresentações hoje das artistas Gabriela Viegas, Luísa Bahia e Ive Luna. Amanhã, sobem ao palco Rúbia Divino, Joana Bentes e Laiah. “Temos uma diversidade de estilo na programação e também damos atenção para a questão racial”, explica Nogueira, que se apresenta na festa de encerramento, no dia 10, n’A Autêntica, com Marina Araujo Nath Rodrigues e Tamara Franklin.

O "Sonora" acontece na sexta-feira (2) e no sábado (3), às 2h, no Teatro de Bolso do Sesiminas (Rua Padre Marinho, 60 - Santa Efigênia ), com ingressos a R$ 10. O encerramento acontece no dia 10, às 22h, n'A Autêntica (Rua Alagoas, 1172 - Savassi)

  

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