Sucesso na TV, Crô protagoniza segundo filme

Paulo Henrique Silva
phenrique@hojeemdia.com.br
06/09/2018 às 15:33.
Atualizado em 10/11/2021 às 02:19
 (IMAGEM/DIVULGAÇÃO)

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Imagine um filme com Sinhozinho Malta e Viúva Porcina, de “Roque Santeiro”, um dos marcos da teledramaturgia brasileira? Ou as divertidas brigas entre os estilistas Jacques Leclair e Victor Valentim de “Ti Ti Ti” em tela grande? Foram poucas as vezes em que personagens de sucesso das novelas saltaram para o cinema. Uma das exceções é Crodoaldo Valério, o mordomo gay de “Fina Estampa” que chega ao seu segundo longa-metragem. Com estreia hoje nos cinemas, “Crô em Família” é exatamente isso o que o título diz. Bem, o conceito de família pode mudar um pouco neste caso, a partir de uma falsa mãe que surge na vida do agora dono de escola de etiqueta, com marido, dois filhos e neto a tiracolo. E também serve ao universo LGBTQ que a película homenageia, através das presenças de Ferdinando (da série “Vai que Cola”), Dorothy (da novela “Geração Brasil”) e as cantoras Pablo Vittar e Jojô Todynho. “De uma certa maneira a gente quis homenagear os grandes ícones LGBTQ. O filme tem essa pegada deles, né? A gente não fez concessão, chamamos a Cininha (de Paula) para dirigir –ela tem uma pegada ótima de comédia–e acho que quem for ao cinema vai se divertir”, registra Marcelo Serrado, o homem (heterossexual) por trás dos trejeitos afeminados e responsável por bordões como “Para, parou!” mesclados ao vocabulário francês. No primeiro filme, lançado em 2013, dois anos após o fim da novela, Crô se torna um milionário e, ao lado de seu motorista Baltazar, investe na busca de uma nova musa–a anterior, vivida por Christiane Torloni na TV, morreu e deixou toda a sua fortuna para o fiel mordomo. A comédia levou 1,5 milhão de espectadores às salas de cinema, sucesso que foi determinante para Serrado retornar ao personagem. “Um filme, quando chega a essa quantidade de espectadores, tem essa sensação de ter um novo. E eu queria muito que o filme tivesse um roteiro bom. Quando surgiu esse roteiro na minha mão: ‘Pô! Agora sim está na hora de fazer o segundo’. O filme é puro entretenimento para levar a família toda a se divertir”, registra o ator. Para Serrado, que atua ao lado de Arlete Salles, Tonico Pereira e Rosi Campos, a continuação conta com mais humor que o primeiro. “O outro filme é um pouco noturno. Esse é mais divertido. Os roteiristas trabalharam com uma pegada mais de comédia. Também tem a questão da família, que passa uma mensagem que eu acho bacana”, avalia, lembrando uma das falas de Crô, para quem “família não é a que a gente está no sangue, mas a que a gente escolhe”. Numa época em que se discute fortemente “o lugar da fala” e o preconceito em relação a gênero e raça, Serrado não teme sofrer qualquer tipo de censura. “Eu nunca sofri (censura) em relação ao Crô, que sempre foi muito adorado por todos, principalmente crianças. Nunca tive nada, graças a Deus”, ressalta. A se levar pelo final do filme, que tem classificação indicativa de 12 anos, um novo sucesso de bilheteria garantirá o retorno de Serrado ao icônico personagem brevemente.

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