Tarantino é homenageado em Roma por seu "western spaghetti"

AFP
05/01/2013 às 17:44.
Atualizado em 21/11/2021 às 20:19
 (Alberto Pizzoli/AFP)

(Alberto Pizzoli/AFP)

ROMA - O "western spaghetti" voltou aos seus tempos áureos na sexta-feira (4), em Roma. Quentin Tarantino recebeu um prêmio das mãos de Ennio Morricone e apresenta seu mais recente filme, "Django Livre", uma homenagem a esse gênero cinematográfico que fez sucesso nos anos 1960.

"Sempre gostei dos faroestes sob todas as suas formas, com uma queda pelos faroestes alemães. Mas meus preferidos são os 'westerns macaroni', como se dizia nos Estados Unidos, por causa de seu surrealismo e de seu aspecto extremo", declarou o diretor de "Pulp Fiction", "Kill Bill" e "Bastardos Inglórios", durante uma entrevista coletiva à imprensa.

O título de seu último filme é uma homenagem a "Django", de Sergio Corbucci, exibido em 1966, e que teve como protagonista o belo tenebroso de olhos claros Franco Nero, que faz uma aparição em "Django Livre".

Entre Corbucci e Sergio Leone, grande mestre do gênero, Tarantino se recusa a dizer "quem é o melhor". "Leone estava para as epopeias gigantescas, incluindo esteticamente, enquanto Corbucci é mais simples e prolífico".

Ennio Morricone, compositor mundialmente conhecido por sua música lancinante de "Era uma Vez no Oeste" e de outros western espaguete de Sergio Leone, que entregou o prêmio prix, concedido pelo Festival Internacional do Filme de Roma.

"O olhar de Quentin Tarantino influenciou radicalmente o imaginário dos últimos vinte anos. É um cineasta profundamente americano e ao mesmo tempo europeu, por seu modo de estabelecer com o cinema e sua história uma ligação ao mesmo tempo analítica e passional", explica Marco Müller, diretor deste festival, ao anunciar a entrega do prêmio.

O filme conta a história de um caçador de recompensas (Christoph Waltz) que liberta um escravo (Jamie Foxx) e se alia a ele para libertar sua mulher (Kerry Washington) das mãos de um terrível proprietário de plantações (Leonardo DiCaprio).

Ele despertou polêmica nos Estados Unidos, onde o diretor afro-americano Spike Lee afirmou que não assistiria o filme "por respeito a seus ancestrais ". "A escravidão americana não foi um faroeste espaguete de Sergio Leone. Foi um holocausto", criticou.

Durante a coletiva de imprensa, Tarantino declarou que "não queria perder tempo" respondendo a Spike Lee. "Nós apenas buscamos fazer um filme sobre este tema da melhor maneira possível, mas esperávamos que pudesse ser atacado", disse. Segundo ele, o personagem escravo "compreende o mundo de violência e racismo nos Estados Unidos, e não com a razão, mas com coragem, instinto e violência".

O filme será lançado em 500 cinemas na Itália em 17 de janeiro e estreia nas salas brasileiras no dia 18.

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