Festival Internacional das Artes realiza sessões gratuitas de três espetáculos

Miguel Anunciação - Do Hoje em Dia
28/09/2012 às 12:20.
Atualizado em 22/11/2021 às 01:39
 (Divulgação)

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Por razões que Richard Santana ainda não conseguiu alcançar, nos últimos dois anos estaria bem mais difícil captar recursos através da lei federal Rouanet. "Os empresários não estão mais apoiando quem produz eventos na área da cultura, afora uns poucos patrocinados pela Cemig", aponta o diretor-artístico do Festival Internacional das Artes (Festia), que entre esta sexta (28) e domingo (30) realiza sete sessões gratuitas de três espetáculos australianos, na Funarte MG.

Não foi só por ausência de recursos da Rouanet, que a lei estadual veio socorrer, que o Festia finalmente vem à cena somente dois anos depois de formatado: como prevê colocar em destaque a produção de artes cênicas de um (ou mais de um) país ainda pouco conhecida no Brasil, demandaria mais viagens e contatos, mais tempo para aquilatar o que há de melhor e mais característico nos países escolhidos.

Para conhecer

Previsto para ser bienal, o Festia se soma a uma porção de mais festivais (de variados gêneros e linguagens, que a cidade já conhece), mantendo uma personalidade toda própria. Nesta edição de lançamento, o Festia revela ao espectador local uma produção praticamente desconhecida: salvo engano, só um espetáculo da Austrália já foi exibido em Belo Horizonte.

Exatamente "Strange Fruits", programa de abertura do FIT/BH de 1994, e escalado também no festival internacional de artes de Caracas, Venezuela, dois eventos de grande porte, aos quais Richard, venezuelano radicado aqui, prestou serviços ao longo de 12 anos.

Além dos três espetáculos, selecionados entre a vasta oferta de propostas de teatro físico (mais informações no Roteiro, na página 7), o Festia ainda programa "Cenas de uma Trajetória Artística", exposição que reúne fotos e instalações sobre vida e obra de Carlos Rocha. Diretor de longa data, coordenador geral de sete edições do FIT, Carlão "representaria um período importante das artes cênicas de Minas". Nas próximas edições do Festia, outros nomes serão homenageados com exposições assim, que também praticam entrada franca.

Além dos espetáculos e da exposição, festival realizou 14 seminários

Brasileiro, mas radicado na Austrália há muitos anos, onde inclusive cumpriu formação teatral, Carlos Gomes falaria "um português engraçadíssimo". Seu currículo acumula bem mais montagens de teatro físico que em outras linguagens, uma constante das artes cênicas daquele país, mas ainda assim "Sanctus, the Ultimate Miracle" soaria "essencialmente brasileiro, um tanto barroco".

"Parece teatro mineiro, até por tratar de santos, o que é bastante estranho, levando em conta que ele nem conhecia Ouro Preto", avalia Richard Santana. Atração de amanhã e domingo, o espetáculo utiliza dois idiomas, português e inglês, consequência do elenco formado por dois australianos e três jovens atores mineiros, escolhidos em audição.

Não perca

Com elenco inteiramente paulista, sob a direção de Carlos Gomes, "A Trilogia de Alice" foi escrito pelo irlandês Tom Murphy e coloca o mesmo personagem-títulos em três situações diferentes e conflitantes. Também será exibida apenas no sábado (29) e depois.

Atração da sessão desta sexta, exclusiva para convidados, "Controlled Falling Projet", do ThisSideUp Acrobatics seria o grande destaque destas três montagens. Imperdível.

Além da exposição e dos espetáculos, em 2011 o Festia envolveu 60 interessados em 14 seminários sobre os pilares da cena teatral (direção, interpretação, iluminação, cenografia etc) e em sete rodadas de análises.

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