Juca Chaves "quase em pé" faz show em Belo Horizonte

Elemara Duarte - Do Hoje em Dia
02/08/2012 às 11:32.
Atualizado em 22/11/2021 às 00:03
 (Carlos Roberto)

(Carlos Roberto)

Juca Chaves, munido de toda sua inteligência e perspicácia, apresenta em BH, sexta (3) e sábado (4), às 21 horas, e domingo (5), às 19 horas, o show "Finalmente em pé... Quase!", no Teatro Alterosa. O nome do show é uma brincadeira com a febre das "stand up comedies", formato de peça norte-americano, com um humorista em pé diante de um microfone falando o texto.

Mas não se iludam: os humoristas da nova geração não descobriram a roda com o stand up. Juca pratica esse formato há pelo menos 55 anos, igual aos anos de carreira, que comemora neste ano. Como comemoração "Eu fico em pé, às vezes sento. Varia", brinca o "Menestrel".

Na última terça-feira (31), o artista concedeu entrevista ao Hoje em Dia, no hall do hotel onde está hospedado, no Centro da capital. Juca é uma tranquilidade só! Fala baixo e envereda na prosa, no fim de noite. É bom acompanhar seu raciocínio e sua experiência de vida. "Estou cansado (sorri, irônico). Hoje, eu já nadei muito. A gente fica vendo os jogos de Londres... Estou esperando as maratonas. Eu gosto de ver aquilo. Adoro a cultura esportiva jamaicana".

Conforme Juca, os jamaicanos corriam em grama, terra, não tinham pistas. "Com isso, foram se transformando em grandes corredores. Como um homem faz um trajeto em pouco mais de 9 segundos? Mais rápido que ele, só um deputado em Brasília". É o Juca e sua marca de exímio crítico político.

O artista não mora mais na Bahia. "A casa continua lá. Moro em São Paulo. Era um sonho romântico. Eu tinha amigos lá, mas meu grupo foi morrendo. Jorge Amado, Carybé (ilustrador)", lembra o artista, de 73 anos. "É uma idade boa... Mais ou menos. Eu só sou cercado por mulheres de 35. 1935. Elas chegam em grupo, a Iara, minha mulher, fala: 'Suas meninas chegaram'". Mais risinhos.

O artista diz que alugou um carro em Confins e dirigiu até o Centro. Mas que o negócio bom mesmo para o Brasil é o metrô. "O Lula disse aquela frase infeliz: 'Pobre tem direito a automóvel'. Ele cometeu um grande erro de lesa-patria. O pobre tem direito a coisa melhor do que isso, como metrô, trem. O pobre usa carro em Paris. O rico usa metrô, que é muito melhor". Para Juca, o grande problema é "de inteligência".

O Menestrel disse que recriou o uso da palavra "inteligente" no Brasil. "A palavra não era usada para criação, apenas para pessoas e animais. Hoje, tudo é inteligente. Desde o parafuso até a arte". Além disso, "Só Para Inteligentes" é o nome do programa que ele tem mensalmente em seu site, em que entrevista gente também "inteligente".

Juca é reconhecido por usar especialmente a política para criar suas atuações de forma pioneira. Com as porteiras abertas por ele há mais de cinco décadas, ele sobrevive. "Falam, mas não com sutileza. A sátira é a grande diferença da paródia. Abri as porteiras para essa garotada, que hoje se chama stand up".

Autoirônico por excelência, Juca Chaves, há vários anos tem como slogan a frase: "Vá ao meu show e ajude o Juquinha a comprar o caviar". Esse costume ainda resiste, Juca? "Na crise que tá hoje, estou comendo só acarajé e sem camarão. Isso, quando a Iara me dá um tiquinho de dinheiro. Eu sou daquela teoria de que um só tem razão. O outro é o marido. Eu sou apenas o marido da Iara", diverte-se.

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