"Observatório de Dança" oferece espetáculo com solos

Miguel Anunciação - Do Hoje em Dia
06/07/2012 às 13:45.
Atualizado em 21/11/2021 às 23:22
 (Georg Schreiber/Divulgação)

(Georg Schreiber/Divulgação)

Na mitologia africana iorubá, olorun é o nome do orixá supremo, o criador, aquele que rege. O todo e o tudo. Era o tudo também, a entrega total, o que pretendia alcançar e oferecer a bailarina Luiza Braz Batista, criadora e intérprete de “Olorun”, solo que compõe a dupla oferta do Programa Observatório de Dança, que acontece até domingo (8), no Espaço Cultural Ambiente, no Santa Efigênia.

A bailarina e coreógrafa Cláudia Lobo completa a oferta com o solo “Em Casa, com Joan Baez”. Ingressos só a R$ 5.

O solo de Cláudia não se pretenderia uma cópia fiel da sua fonte inspiradora, nem um retrato de época. Se aproximaria mais de “um relato” da bailarina sobre o conjunto de canções que escolheu para o seu trabalho. Algo pessoal e intransferível de quem é ensaiadora e assistente de direção/criação da Cia de Dança do Palácio das Artes desde 2007. É a estreia do trabalho.

Já “Olorun” foi mostrado outras duas vezes em 2011, na Alemanha, onde Luiza mora há quase cinco anos. Com músicas de Caetano Veloso (“Cobra Coral”, que ele canta com Lulu Santos) e um ponto de macumba, é o primeiro trabalho que Luiza assina sozinha. Já havia assinado alguns duos em parceria, mas esta é a primeira vez em que sentiu à vontade para encarar a “grande responsabilidade” de um solo. Dar conta do que está fora e dentro, afinal ela mesma dança o que coreografou.

“Senti que era o momento de me libertar, de dar mais um passo, de pular uma cerca, de ir além das barreiras”, afirma Luiza, que foi bailarina do grupo Primeiro Ato durante um ano e meio, e dançou “Mundo Perfumado”, “Sem Lugar” e “Geraldas & Avencas”, antes de mudar para a Alemanha. Entre outros trabalhos, Luiza tornou-se bailarina-convidada da Tanztheater Weppertal, a companhia de Pina Bausch, desde 2008, e da Companhia Folkwang Tanzstudio, desde 2009, onde trabalha com coreógrafos como Suzane Linke, Urs Dietrich e Marck Sieczkarek.

Outras opções

Outro programa duplo de dança ocupa o Espaço CentoeQuatro, no Centro, também até domingo. Nomeado como Dança Multiplex, o arranjo abriga “Olho: Aresta ou Fresta”, duo criado e interpretado pelas bailarinas Margô Assis e Renata Ferreira. Na sequência, a dançarina e coreógrafa Thembi Rosa e o artista digital Manuel Guerra apresentam “1331”. A entrada é franca. Em ambas atrações, o duo O Grivo compõe a trilha sonora.

Em “Olho: Aresta ou Fresta”, Margô e Renata “constroem conexões ou simplesmente observam as mudanças que ocorrem no tempo”. É a proposta central do trabalho, que dura 25 minutos. Já “1331” é um dispositivo para pesquisa em dança, software, música e imagens. Uma proposta organizada por Thembi Rosa, em parceria com O Grivo e com Manuel Guerra, matemático, dedicado às artes digitas e ao desenvolvimento de softwares. Dura 22 minutos.

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