The Big Bang Theory deixa bom legado

Jéssica Malta
23/05/2019 às 08:36.
Atualizado em 05/09/2021 às 18:47
 (Divulgação)

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Depois de 12 anos no ar, tempo que deu à “The Big Bang Theory” o título de sitcom mais longeva da televisão norte-americana, a série que acompanha a jornada de Sheldon e amigos chegou ao fim em um episódio de uma hora exibido no último dia 16 nos Estados Unidos –com direito à recorde de audiência no ano, superando Game of Thrones. No Brasil, a despedida oficial acontece em 2 de junho, quando a Warner exibe o capítulo final da produção.

Se o adeus pode ser melancólico, principalmente por deixar uma legião de fãs órfãos, nem tudo é tristeza quando se trata da série. Os personagens continuam vivos, pelo menos no formato mirim, com o spin-off “Young Sheldon”, produção que acompanha a infância do protagonista e que tem episódios garantidos até 2021. 

Os fãs também podem comemorar o reconhecimento conquistado pela série ao longo dos anos. Com prêmios importantes como o Emmy e o Globo de Ouro no currículo, a produção também tem ao seu lado o amor do público. Tanto que só nos Estados Unidos, o último episódio foi assistido por mais de 23 milhões de espectadores, número que supera a audiência da badalada e recém encerrada Game Of Thrones e dá a “The Big Bang Theory” o título de programa mais assistido de 2019 na TV norte-americana. 

Mas, afinal, qual o segredo tanto sucesso? Para o professor Danilo Aroeira, autor de histórias em quadrinho, vários motivos colaboram para o êxito da produção. O principal deles está na aposta em um protagonismo que até então não era comum no cinema ou na televisão.

“A série coloca no papel principal os nerds, figuras que historicamente eram relegadas ao segundo plano e que, mesmo assim, eram apresentadas de maneira cômica e pejorativa na maioria das vezes”, sublinha.

Embora a veia cômica seja mantida na apresentação dos nerds de “The Big Bang Theory”, a forma, que foge de uma representação negativa, é um trunfo que faz com que a série termine deixando um importante legado. “A conotação nerd deixou de ser pejorativa muito em função do sucesso que o seriado fez. Assim, as pessoas deixaram de ver essa figura de forma negativa e passaram até a assumir que também têm um lado nerd”, diz.

Ciência
E se a série desmistificou tais estereótipos, também foi responsável por apresentar a cultura nerd para outros públicos, indo muito além de cientistas fãs de quadrinhos, super-heróis e videogames. Embora os personagens evidenciem tais paixões, a relação deles com áreas como a física e a astrologia adicionam à série uma outra contribuição: o aumento no interesse por esses campos de estudo. 

A inserção da ciência nos episódios ajudou também na desconstrução da figura do cientista maluco e antagonista, muito popularizada no cinema, principalmente nos anos 1980. 

“A ciência também era vista de uma forma negativa e ‘The Big Bang Theory’, junto da série Cosmos, ajudou a mudar essa visão e, também, a abrir o caminho para que novas produções como essas fossem aceitas”, destaca o professor. 

Fãs endossam as contribuições da série de sucesso
A despedida oficial de “The Big Bang Theory” no Brasil já tem hora e dia marcados para a professora de redação Lygia Calil, de 31 anos. Ela, que começou a acompanhar a produção com o marido, pretende manter a tradição, criada desde a época do namoro do casal. 

“Vou terminar a série com o coração partido, porque é como se os personagens fossem nossos amigos. Nós, que acompanhamos muitas temporadas ao longo dos anos, fomos crescendo e nos descobrindo com os personagens. Eles foram se casando, eu também”, conta.

Mas as coincidências entre a vida da fã e dos personagens não ficou restrita ao casamento. Lygia confessa que a própria representação do protagonista Sheldon Cooper teve um efeito em sua vida. “Todo mundo que gosta de ciência gostava de ‘The Big Bang Theory’ por conta da figura dele. E uma das coisas que moldou o meu comportamento foi perceber que aqueles arroubos intelectualóides dele eram extremamente desagradáveis e algo que eu também fazia”, lembra. 

Frederico Barbosa, de 22 anos, destaca também a influência da série. “Para mim, foi a sitcom mais influente da história e ajudou muito na populari-zação da ‘cultura nerd’. Tanto que após a estreia começaram a surgir muitos outros filmes e séries voltados para esse público, como as produções da
Marvel e o retorno de Star Wars”, avalia. 

Há ainda outro elogio a ser feito: ao contrário do que tem acontecido com algumas séries, para Frederico o final não decepcionou. “Foi bastante emocionante, até escorreram algumas lágrimas. Conseguiu concluir bem os arcos dos personagens sem deixar pontas soltas e ainda incluiu o fan service (elementos adicionados à trama para agradar aos fãs), que todo mundo estava torcendo para acontecer”. 

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