Titãs mostra em show que tem muita 'lenha para queimar'

Paulo Henrique Silva
phenrique@hojeemdia.com.br
15/03/2018 às 17:41.
Atualizado em 03/11/2021 às 01:53
 (Silmara Ciuffa/Divulgação)

(Silmara Ciuffa/Divulgação)

“Qualquer um que seja ou tenha sido fã dos Titãs sairá de alma lavada”, garante Sérgio Britto, vocalista, tecladista e baixista da banda criada há 34 anos, que se situa como um dos ícones do rock brasileiro. Ele está se referindo ao show deste sábado, no Hangar 677, quando fecharão a programação musical do “St. Patrick’s Day Festival”. Num momento tão conturbado no cenário político e social, Britto concorda que as músicas de três décadas atrás, compostas para reivindicar a liberdade de expressão e a democracia, permanecem reverberando em pleno século XXI. “Algumas das nossas canções poderiam ter sido escritas na semana passada”, afirma. Remanescente da formação original ao lado de Tony Bellotto e Branco Mello, o titã de 58 anos cita, entre outras, “Desordem” e “Vossa Excelência”, canções dos discos “Jesus Não Tem Dentes no País dos Banguelas” (1987) e “MTV ao Vivo – Titãs” (2005), respectivamente. “Infelizmente muita coisa permanece igual. Por outro lado, apesar de estarmos vivendo um momento muito conturbado, em alguns setores parece estar havendo alguma melhora. A Lava- Jato é um sinal irrefutável disso”, sublinha Britto, poucas horas antes de a vereadora Marielle Franco ser executada no Rio de Janeiro. Ópera-rockO grupo está “a todo vapor”, como assinala o músico, na preparação do novo CD, ao mesmo tempo em que ensaia a ópera-rock “Doze Flores Amarelas”, que irá estrear no Festival de Teatro de Curitiba, em 3 de abril. “É uma história contada com canções. Talvez seja o nosso projeto mais ambicioso”, anseia. O último disco de estúdio do Titãs, “Nheengatu”, foi lançado há quatro anos. O anterior, “Sacos Plásticos”, em 2009. Mas segundo o músico, esses hiatos cada vez maiores não se devem à perda da força do rock’n’roll no país. “Nosso ritmo diminuiu mesmo, não faz sentido gravar por gravar. Temos que ter algo a dizer”, salienta. 

O disco “Go Back” está completando 30 anos. Sobre ele, Britto tem ótimas lembranças. “Foi um disco muito bem-sucedido e a turnê pelo Brasil foi gigantesca. Fora o acústico, é o nosso disco de maior vendagem”

 Ele admite que o rock nacional perdeu muito espaço (“E há muitos motivos para isso”, enfatiza), mas destaca que o Titãs e algumas outras bandas dos anos 80 ainda têm um público cativo. “Podemos nos dar ao luxo de produzir independentemente dessas flutuações e modismos”, pondera. A paixão pelo o que construiu em quase quatro décadas é uma das razões para Britto não ter saído do grupo. “Mas não gostamos de viver só do passado. Acho que o que nos motiva, principalmente, é a sensação de que juntos ainda temos muita coisa a fazer”. "St. Patrick Day Festival” – Com Titãs, Rodrigo Santos, Tributo Charlie Brown Jr. Amanhã, a partir das 16h, no Hangar 677 (Rua Henriqueta Cardinale, 121 – Olhos d’Água). Ingressos: de R$ 50 a R$ 160.

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