Simpático no último, o violonista Lucas Telles ri ao aventar a hipótese de um outro disco para dar conta de todo o repertório de Radamés Gnatalli (1906-1988) que o grupo ao qual pertence, o Toca de Tatu, gostaria de passar em revista. Enquanto isso não acontece, ele e companheiros – Abel Borges (percussão), Lucas Ladeia (cavaquinho) e Luísa Mitre (piano) – apresentam o repertório do "primeiro", o CD "Meu Amigo Radamés", no sábado (26), às 20 horas, na Sala Juvenal Dias do Palácio das Artes (avenida Afonso Pena, 1.537, Centro - 3236-7400). E não só. Dia 30, os quatro sobem ao palco do Centro Municipal de Referência da Música Carioca Artur da Távola, no Rio.
Lucas começou a se enfronhar no universo do compositor e arranjador gaúcho ainda adolescente, em suas pesquisas sobre violão clássico. "Radamés foi o que mais me encantou, além de, claro, Villa-Lobos, que é hors concours", diz o instrumentista, de 24 anos.
Mas Lucas lembra que a decisão de calcar o repertório do primeiro disco do Toca de Tatu na obra de Gnatalli foi uma decisão conjunta. "Foi quase uma coisa natural, a gente sempre tocava música popular e estudava música erudita, quando fomos montar o repertório, não houve dúvidas".
O norte para a escolha das faixas foi a vontade de apresentar um panorama da trajetória do compositor homenageado. Assim, entraram 11 faixas de Gnatalli, além de duas músicas feitas em homenagem a ele: "Meu Amigo Radamés", de Tom Jobim, e "Sarau Para Radamés", de Paulinho da Viola.
As faixas de autoria são: "Remexendo", "Canhoto", "Alma Brasileira", "Meu Amigo Tom Jobim", "Obrigado, Paulinho", "Bate Papo", "Gatinhos no Piano" e, da "Suíte Retratos", "Pixinguinha", "Ernesto Nazareth", "Anacleto de Medeiros" e "Chiquinha Gonzaga".