Tony Rey deixa o silêncio e abre o coração ao Hoje em Dia

Elemara Duarte/Hoje em Dia
18/10/2014 às 09:25.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:40
 (Carlos Rhienck)

(Carlos Rhienck)

Cantor, compositor e empresário, Tony Rey deixa o silêncio musical de quatro anos e volta aos palcos da cidade que o consagrou com títulos como “o senhor da noite de BH” e o “Julio Iglesias brasileiro”. Ele estará no Restaurante Don Grill, para lembrar os bons tempos do seu extinto Cassino Dancing Show, com o “Baile Dançante”.
No repertório, muito romantismo. Músicas de Iglesias, Roberto Carlos, boleros, forró e tudo que convide para dançar colado. A partir deste sábado (18), todos os sábados, Tony Rey se apresentará no restaurante onde há pista de dança.
Aos 54 anos e com a voz sempre afinada Tony Rey diz que esteve longe da noite por motivos de saúde. O convite para cantar veio de amigos que insistiram com ele para retomar o talento que o consagrou.
Pernambucano do Município de Limoeiro, Tony Rey tem uma trajetória cinematográfica. Ele saiu de casa aos 14 anos para acompanhar um circo onde já cantava. Depois juntou-se a um grupo de ciganos e percorreu o nordeste.
Nos anos 1980, sozinho, volta à estrada. Batizado como o romântico “Tony Rey”, ele escolhe Minas Gerais para viver pois considerava aqui um lugar mais “conservador” em relação ao movimento do “Rock Brasil”, que dominava Rio de Janeiro e São Paulo. “Eu era um jovem de 20 e poucos anos que cantava ‘Besame Mucho’”.
Em Belo Horizonte, cantou em casas de shows como o Tulipinha, Janela da Saudade e Camponesa, onde criou a “Noite da Maria Cebola”, na qual as mulheres é quem tiravam os homens para dançar.
Abrir o grandioso Cassino Dancing Show, na rua Rio de Janeiro, foi o passo seguinte. Aberto em 1984, a casa era voltada para os bailes e recebia convidados de fama nacional e internacional, sempre ciceroneados por Tony, que também se apresentava com sua orquestra.
Com os reveses na economia brasileira durante o governo Collor e dívidas que começaram a se acumular, Tony fechou o empreendimento em 1997. Desde então, tentou abrir outras casas menores, mas sem muita repercussão, quando encarou crises financeiras. “Mas a música sempre me salvou, não o lado empresário”, admite.
  Na entrevista de quatro horas de duração que ofereceu ao Hoje em Dia, Tony Rey abriu o coração - segundo ele, como há muitos anos não fazia à imprensa. A conversa foi pontuada por desabafos e trechos de canções do repertório dele como “Hálito de Champagne” e também músicas de Julio Iglesias, Milton Nascimento, boleros, forrós e bregas cantaroladas pela versátil voz do artista.   “Nestes quatro anos, cantava no escritório ou quando reunia com os amigos. Mas não ia para o público”. Na noite de hoje, Tony Rey não vem mais com o smocking e a gravata borboleta que marcaram a imagem dele no anos 1980. “Isso passou”, diz. O experiente artista virá de roupa clara. Do passado, avisa, ele resgata o romantismo, a alegria, as memórias e, no final do show, as tradicionais rosas para as fãs - as “tonetes”.   Acompanhe a seguir, os melhores momentos da conversa:

São quantos anos de música?
São 40 anos viajando pelo Brasil e pelo mundo, sempre cantando.

Pelas fotos, você parece que mudou pouco dos anos 1980 para cá...
O meu peso está quase o mesmo. Eu pensava 72 quilos para 1,74 de altura. Cheguei a 80 quilos. Realmente, mudei pouco. E umas entradinhas no cabelo, o branco que aparece... Se pintar, fica feio. Cabelo pintado é para mulher. Para o homem dá para notar, fica aquele cabelo brilhoso. Meu cabelo quando era pretinho, todo mundo achava que eu pintava. Era azulado. Mas eu não pinto. Sou bisneto de índios com espanhóis.

Quando começou a cantar?
Eu descobri que cantava quando o finado Luiz Gonzaga estava dando um kit de presente com roupas de cama e mesa das antigas Lojas Paulistas em uma feira no nordeste. Ele estava tocando sanfona e dando os presentes para quem cantasse melhor alguma música dele. Eu tinha 14 anos e vendia copos de vidro pintados nesta feira e fui cantar uma música dele. Eu ganhei e ele disse para mim: “Você é um grande artista”. Em cidade pequena, Itabaiana (PB), sabe como é, começa o comentário e uma banda chamou para eu cantar com eles. Fui com a guitarra. Aprendi a tocar de brincadeira, olhando os outros tocarem. Mas era para arrumar namorada. Porque meus colegas que tocavam, todos tinham namorada. Eu comecei a fumar também foi para arrumar namorada. Isso porque me diziam: “Vá crescer, menino! Nem fuma ainda!”. Resultado: até hoje estou querendo parar e não consigo. Hoje, tenho três discos gravados.

E a banda?
Então, o cara falou para mim: “Você não vai tocar guitarra. Quem toca sou eu. Você vai cantar”. E até hoje eu canto, mas desaprendi a tocar. Tenho violão mas quando vou fazer as notinhas, dói. A voz é a minha liberdade. Sinto que fico preso ao violão.

Por que saiu de casa?
Saí de casa aos 14 anos. Eu era impossível! (risos). Eu saí de Limoeiro aos 6 anos e fui morar na Paraíba. Quem me criava era um padrasto. Ele não se dava bem comigo e minha mãe resolveu me colocar na casa de um tio. Morava em Itabaiana e fui para Sousa, na Paraíba, divisa com o Ceará. Mas não me dei bem com os meus primos. Então, passou um circo e fui embora com eles.

Fugir com o circo. Isso parece coisa de cinema.
...Mas também por causa de uma menina que era filha da dona do circo. Eu era um garoto muito comunicativo. E o que eu fazia no circo? Eu cantava. Cantava Vicente Celestino. Mas cantava errado: “Só tu dormes, não escutas” (na canção “Noite Cheia de Estrelas”, do compositor Cândido das Neves). Mas eu cantava: “Sapo dorme não me escuta”. Eu acho bacana é a inocência, pois eu entendia ele cantando “sapo”. Passei dois anos no circo e depois fugi com os ciganos.

De que você tanto fugia?
Dos ciganos, por exemplo, fugi por causa de uma namorada. Ali conheci uma menina que havia sido prometida para uma outra turma de ciganos. Mas o futuro noivo veio cobrá-la da família. Lembro bem. Fugi às 3h da manhã em um cavalo para pegar o trem que passava às 5h, na cidade de Patu, no Rio Grande do Norte. O cara era assassino. E ela não queria casar com ele de jeito nenhum. Mas aos 16 anos eu já estava no meio do mundo, já cantava. Eu queria ir para tudo quanto era lugar. Achava que eu iria embora em um disco voador. E subia nos morros para ficar esperando. Era uma aventura.

O que aprendeu com os ciganos?
Aprendi a ser mais humilde. Lá no nordeste, eles contratavam os ciganos para arrancar batata. Então aceitei o trabalho para ganhar dois sacos de batatas. Mas choveu, estourou um açude perto do acampamento e pegamos muito peixe. Levamos tudo para casa. Pensei: "Hoje vou me dar bem". No grupo era tudo “na medida”. Mas me deram a menor batata e o menor peixe. Eu reclamei: “Oh, Vó!” E ela falou: “Fica quietinho, coma e agradeça a Deus. Viu?” Os ciganos têm uma doutrina. Se tem uma batata, divida isso para cem pessoas. Não tem esse negócio de privilégio. Os ciganos com quem eu andei não roubavam como costumam dizer por aí. Era muito bom. À noite, era fogueira, tocávamos violão, cantávamos.

Com tantas idas e vindas, você conseguiu estudar?
Onde eu chegava, eu estudava. Às vezes, a gente ficava muito tempo nas cidades. Toquei em banda marcial do colégio. Que eu me lembro, tenho diploma até o primário... Aprendi mesmo com o mundo. Falo alguns idiomas. Entendo alemão, italiano e falo espanhol. Aprendi em 1987, durante seis meses numa turnê pela Alemanha. E morei na Holanda também. Precisei aprender. Ia gravar um disco na Alemanha pela Philips, mas voltei, senti falta do Brasil. Fiquei muito querido cantando em espanhol e em português. Se eu canto uma música em espanhol ou em qualquer idioma, procuro saber o significado da letra para não cair em contradição.

Como é cantar em alemão?
Na Alemanha o gesto é muito notado. Cantei uma música e todo mundo riu. No camarim, perguntei para o empresário o que estava acontecendo. Ele disse que a letra falava de um sonho no qual aparece, nas nuvens, uma mulher loira de cabelos longos e com a boca pequena. Boca em alemão é “mund” e quando eu cantava esta palavra, abria os braços, achava que era um “mundo” grande e todos riam. Cantei “Feellings” só depois que estudei inglês para poder entendê-la.

Como chegou em Minas Gerais?
Eu voltei para a Paraíba e me casei. Eu tinha 17 anos. Mas a mãe da minha ex-mulher nos convidou para morar no Rio de Janeiro. No nordeste não tinha trabalho. O casamento não durou e ela voltou para a Paraíba. Tive dois filhos. Uma morreu e a outra vive na Itália hoje. Muito linda minha filha… No Rio de Janeiro, conheci uma professora de dança e me envolvi com ela. Daí, decidimos conhecer Minhas Gerais.

Por que Minas?
Em 1980, Rio de Janeiro e São Paulo estavam envolvidos com música eletrônica, discotecas e rock. Era um barulho danado. E não tinha mais espaço para show româmtico no Rio. Desde os 14 anos, eu não parava de cantar. E Minas Gerais sempre foi conservadora. Mas eu achava que Minas era Juiz de Fora. E lá, não tinha nada nos anos 80, casa noturna, nada. E viemos para Belo Horizonte, numa Brasília. Haja chão. Chegamos às 3h da manhã. Achei a cidade linda. O BH Shopping estava sendo construído. Falei: “É aqui que eu vou ficar”. Chegamos aqui em uma Brasília, dormimos na rua. Depois, fui cantar na casa de show Tulipinha onde o público se encantou com minha voz e então não parei mais.

Sempre no estilo “latin lover”.
Sempre! Mas era bonito o romântico naquela época. Hoje é o sertanejo.

…Que não é tão bonito.
Hoje não tem letra, a música é com maldade, com duplo sentido, “te pego” e tal. Gosto do sertanejo de raiz. O show que vou apresentar aqui (no Restaurante Don Grill) todos os sábados é o romântico, do Julio Iglesias. As músicas antigas brasileiras são muito lindas. Têm poesia. “Oh, tristeza, me desculpe / Estou de malas prontas / Hoje a poesia veio ao meu encontro …” (cantarola a valsa “Viagem”, de João de Aquino e Paulo César Pinheiro). Então, você cai na Espanha, no México, que é romântico por natureza. Mas minha voz se adapta a qualquer estilo musical, posso cantar de forró a rock.

Está explicado seu título de “Julio Iglesias brasileiro”.
Ele foi o único que conseguiu pegar a música do bolero antigo e transformá-la de um jeito moderno foi o Julio. Tudo o que ele fez ficou lindo. Assisti um show dele.

Ele vai voltar a cantar em BH, sabia?
Sabia. Vamos ver se me convidam para assistir. Da outra vez, foi convidado. Mas há quatro anos que não trabalho com música. Estou fora da mídia há muito tempo. Vamos ver.

Você estava trabalhando com o quê?
Eu tenho uma boate aqui em Belo Horizonte. Mas está desativada. A prefeitura fechou. Tive problema com o Meio Ambiente, por causa do som. Tinha acabado de reformá-la. E até hoje a burocracia… Preciso do documento sobre o impacto ambiental. O arquiteto está fazendo um mapa. Mas talvez seja mais fácil abrir outra casa do que consertar. O imóvel não é meu. Tenho um contrato “de luvas”. O aluguel está atrasado. Estou morando lá. Há camarins com todo conforto de que o artista precisa. Quem foi lá? O Peninha ficou lá três dias. Dizem que é melhor do que hotel. Estou esperando a casa abrir para pagar. Até para vender a empresa vou precisar do alvará. Coloquei à venda. Vale R$ 2 milhões. Era para ser uma casa de show. Reformei, mas não deu tempo de abrir e “fazer o ponto”.

Você tem muitos inimigos?
Com inveja, sim. Muitos ainda têm aquele sonho de que Tony Rey é bilionário, que andava de Limousine, dono no Cassino (Cassino Dancing Show, famosa casa do cantor que funcionou na rua Rio de Janeiro).

Se arrepende de alguma coisa daquela época?
Arrependo-me de ter gastado demais. Arrependo-me de não ter investido. Fui gastando... Ia para a casa do Pelé, no Guarujá… Saía daqui só para uma festa que ele daria de aniversário. Gastava tudo o que ganhava. Avião para cá, avião para lá…

Mas o Cassino lhe bancava, não é?
Mas como aguenta? Por exemplo, eu ia para São Paulo e gastava 12 mil e era isso que a casa faturava num mês. Gastava muito com propaganda na televisão. Eu não sei ser empresário. Eu quero cantar.

E como chegou a esta proposta no Dom Grill?
O dono é músico e me conhece desde a época do Cassino. Vim por causa dele e de amigos que insistiram. A casa é bonita. Deu vontade de voltar a cantar. Eu passei por uma situação muito ruim. Fiquei de baixo astral. Questões familiares e também por causa da boate, investi tudo o que tinha na boate. O que eu vou fazer.

E o seu relacionamento com os fãs?
Ainda continua, mas pela internet. Tenho canais no YouTube, no Facebook. Tem gente até do Japão. Quem expandiu musicalmente a noite em Belo Horizonte foi o Cassino, foi o Tony Rey. Fui fazer as casas Janela da Saudade e Nova Camponesa. Elas estavam fechando e as levantei. Depois da Camponesa decidi que não ia cantar mais em casa de ninguém. Quis abrir a minha própria casa, do meu jeito. Fiz a melhor casa de Belo Horizonte. A sociedade, a política, turistas, todo mundo frequentava o Cassino. É o passado, mas não dá para deixa de comentar. Lembram de Tony Rey. Que Tony Rey? Do Cassino! Quando não é isso, é a Limousine. Fica-se conhecido pelo que faz.

A Limousine era uma espécie de “ostentação” para a época?
(Risos) “Esse cara acha que é quem?”, perguntavam. Eu parava a Limousine atrás de uma Mercedes, o dono tirava. Mas esse tipo de situação acontecia por parte dos homens. Eu estava cantando e a mulherada: “Ele é lindo!”. E os homens: “Mas é bicha!” O meu público é feminino e de casais.

Como é a história de que você mandou fazer este carro?
Na época do Cassino, eu fazia show no estado inteiro. Ia em um Monza e atrás é apertado. Fui para os Estados Unidos comprar equipamentos de som, antes, muito difíceis de importar. Na época, a única coisa que o Brasil fazia era violão. Passei em Atlantic City foi onde andei de Limousine…

Era isso que você queria…
Noooossa… (Risos) Era isso que estava precisando! O carro era do próprio hotel. E tem mais: levei 3 mil dólares para gastar nos cassinos e ganhei 33 mil. Moedas caíam da máquina. Encheu de seguranças em torno de mim e me levaram para pegar o dinheiro em “cash”. Tive hospedagem de graça. Fui com seis amigos daqui de Minas. A maioria destes meus amigos era mais velha e já faleceu.

Seus amigos eram mais velhos que você?
Eu era um cara de vinte e poucos anos que cantava “Besame Mucho”. Era para eu cantar rock. Mas o nordeste era romântico. Aquele forró antigo é romântico. Quando o Julio Iglesias estourou no rádio, minha voz bateu com a dele. E eu ainda era “Tony Farias”.

Quem lhe rebatizou?
Virei “Tony Rey” no Rio de Janeiro. Um empresário português dizia: “Tony Farias, Tony Farias, não! Tony Rey!” Mas eu não sou rei. Hoje, acho um pouco pedante. Mas na época era Ray Charles, Ray Conniff.

Oficialmente, são quantos filhos?
São cinco. As minhas namoradas tiveram outros filhos e eles me chamavam de pai. O mais novo tem 9 anos, meu caçulinha. Outros, estão em Portugal. Então, são vários. Casei apenas uma vez e morei junto com quatro mulheres, mas namoradas foram mais de mil. Cada cidade deixava uma paixão.

O que fazia a mulherada cair na sua ideia?
A música. A música faz bem ao coração. Acho que não foi apenas o meu bom papo. Eu me desafio. Se eu quero alguma coisa, eu faço, não fica na cabeça.

E a “Limo”, onde está?
Está guardada no Alphaville (condomínio), na garagem de um amigo.

Ainda anda com ela em BH?
Não. É muito perigoso. Hoje a segurança não está legal. Emprestava para casamentos. Eu a fiz da seguinte forma. Conheci um cara que adaptava carros. Comprei dois Monza da mesma série. Um com motor, e outro com a carroceria nova, sem o motor. E mandei para esta oficina particular. Cortaram e tiraram 64 centímetros. Jogaram o que sobrou fora e montaram. Mas para tirar a documentação foi aquela burocracia. Com ela, podia viajar com todo conforto e com alguma companheira atrás. Fiz este carro não foi para ter beleza. Lá dentro tem geladeira, som, televisão, ar condicionado. Funciona com duas baterias. Fiz show em quase o estado inteiro com ela, fui três vezes ao nordeste. Imagine viajar três mil quilômetros com um carro desse tipo. Saída da Bahia para Maceió, aquilo é um deserto. Vai achar um posto de gasolina com mil quilômetros de distância. Nela, tinha água, botava a cara ao vento, via um pé de caju e de jaca carregadinhos e parava para apanhar as frutas.

Tem saudade dessa época?
Fui muito feliz. Só queria curtir, mas não dava valor.

Como assim, você ainda reclamava?
E quem tem dinheiro reclama?

Não agradecia?
Isso. Mas às vezes, eu cantava em locais que só dava para pagar a banda. Mas eu ia assim mesmo.

E a equipe?
A orquestra com 16 músicos ia em um bom ônibus. Quando eu viajava, contratava outra orquestra para ficar no Cassino. Fazíamos o “baile-show”, tinha a “Noite da Maria Cebola”. Isso é inspirado na história de uma mulher, em São Paulo, que vendia cebola e que nas festas tirava os homens para dançar. Tinha uma reclamação de o homem não tirar a mulher para dançar. Então, por que a mulher não tira o homem? A casa superlotou. Era chique, moderno para a época. O Cassino era a casa mais cara de Belo Horizonte.

Por que o Cassino Dancing Show fechou?
Fechou em 1997, depois de 13 anos. Trazia muito show nacional pra lá, Benito di Paula... Eu tinha um processo de ação de despejo, por falta de pagamento de aluguel. O juiz decretou que depositasse o dinheiro, que era reajustado com um valor muito mais alto. Só que o advogado depositou metade na conta do dono e, o restante, num acordo, pois o dono não queria receber. Então o juiz decidiu a causa como sendo "insuficiência de depósito". Como tudo é prazo, fui despejado por isso. Perdi o Cassino por burrice minha e de um advogado. Um artista não é empresário. E também sofri uma queda muito grande com o Plano Collor, que tirou dinheiro do povo. Ninguém mais saía à noite. Perdi 70% do público. Cabia 600 pessoas no Cassino. Tinha todas as qualidades de uísque que precisar. Casei muita gente ali dentro. Fiz a paixão de muitas pessoas. Essa é a função do artista. A união. O casal que tinha brigado ia ao meu show e fazia as pazes. Aqui em Minas, ninguém se atreve a cantar Julio Iglesias.

Então, o lado cantor sempre prevaleceu em relação ao lado empresário?
A música sempre me salvou. Hoje vou viver de cantar. Nesses quatro anos, vivi com a ajuda de amigos. Devo a todo mundo. Mas eles não me cobram. Saí de uma depressão, há pouco. Não tenho mulher, meus filhos não estão comigo. Mas tenho minhas fãs. Então, vou cantar. Todo artista tem dessas fases.

Já chamaram você de brega?
Mas eu sou brega! (Risos) E a minha Limousine é brega-chique.

 

SERVIÇO:

Baile Dançante com Tony Rey

Aos sábados, às 21h, no Restaurante Don Grill (av. do Contorno, 1636, Floresta).

R$ 20.

Reservas: (31) 2531-4230. Estreia dia 18/10.

 

 

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