Pastor acusado de abusar do filho de Bianca comparava homossexualidade à raiva

Da Redação
portal@hojeemdia.com.br
13/07/2016 às 14:03.
Atualizado em 16/11/2021 às 04:17
 (Facebook/Reprodução /)

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Até poucos dias atrás, Bianca Toledo e Felipe Heiderich pareciam ser o modelo de casal perfeito para seus seguidores. Conhecida pela comunidade evangélica por dar testemunhos após quase morrer por complicações de saúde, no último dia 5 a pastora chocou seus mais de 3 milhões de seguidores no Facebook ao publicar um vídeo em que afirma ser seu marido homossexual e pedófilo.

Realizada em 2014, a união de Bianca e Felipe era considerada "a mais linda do mundo". Juntos, o casal realizava palestras sobre relacionamentos por todo o Brasil e chegou, até mesmo, a criar o programa "Falando de amor", que era publicado no canal de Bianca no YouTube. Por meio de vídeos caseiros, os pastores falavam sobre a vida conjugal e aconselhavam casais em conflito.

Agora, a história de Bianca e Felipe chega ao fim de forma trágica e surpreendente. No vídeo divulgado no início deste mês, a pastora afirma ter confrontado Heiderich e tê-lo feito confessar que possuía um "quadro de homossexualidade latente". A pastora conta, ainda, que o ex-marido tentou suicídio ao confirmar as suspeitas da mulher. Felipe também é acusado de abusar sexualmente do filho de Bianca, de 5 anos, que morava com o casal no Rio de Janeiro.

Em suas pregações, Heiderich costumava falar muito sobre casamento e sexualidade. Uma de suas pregações mais populares chama-se “O que um homem espera de uma mulher de Deus”, que soma mais de 1,2 milhão de visualizações. Ele também é autor do livro "Casamento: O Mistério Revelado", no qual dá conselhos para que um relacionamento não termine em divórcio. Em 2012, Felipe mantinha a coluna "Papo Aberto: Abuso Sexual Infantil (menino)" no site evangélico "Guiame.com.br". Em um de seus artigos, o pastor responde às dúvidas de um fiel sobre homossexualidade.

O leitor, aflito, enviou para Felipe uma carta em que dizia sonhar em ter uma família com mulher e filhos, mas não conseguia inibir seus desejos por outros homens. Ele afirmava ter dificuldades de relacionamento e não aceitava seus anseios homossexuais:

“(…) Vai contra os princípios que aprendi na Palavra. Já tentei namorar também, mas, quando o assunto é sexualidade, me dá um bloqueio e acabo terminando. Hoje estou sozinho, mas sonho em um dia casar, em ter filhos. Já confessei isso ao Senhor, mostrando-o a minha fraqueza, mas não consigo me libertar de alguns desejos. Depois sempre me sinto mal e indigno da tua graça."

Em resposta, o pastor atribuía a atração homossexual do fiel aos abusos sofridos por ele e dizia que o jovem aprendeu “a sentir prazer da forma errada”. Mas, segundo Heiderich, esses desejos não o tornavam gay:

“Você aprendeu sobre o sexo de uma forma errada e só teve experiências nesta forma. Infelizmente, é natural que os seus desejos sejam para isso. Então, segunda dica: ‘Não ache que é gay simplesmente porque está tendo desejos homossexuais’. Sua condição foi aprendida, você não teve tempo de escolher. Escolheram para você!”

O pastor sugeriu ao fiel o controle do desejo por homens, da mesma forma que se controlam sentimentos como a raiva:

“Talvez num momento de raiva você tenha vontade de estrangular uma pessoa, mas nem por isso você vai até ela e a mata. Por quê? Simplesmente porque você aprende a controlar seus sentimentos. Na sexualidade também é assim. O desejo pode vir, mas isso não significa que você deverá ceder a ele.”

Heiderich ressaltou ainda que “mulheres são muito mais que apenas um orifício”, ressaltando características como feminilidade, charme, vaidade (!), ciúmes (!!) e pirraça (!!!).

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