Um dia para lembrar a luta de um povo que ajuda a construir o país

Clarissa Carvalhaes - Hoje em Dia
19/11/2013 às 07:44.
Atualizado em 20/11/2021 às 14:13
 (Samuel Costa)

(Samuel Costa)

Data de aniversário de morte de Zumbi dos Palmares, nesta quarta-feira (20), todo o Brasil celebra o Dia da Consciência Negra. Em Belo Horizonte e região, a data é comemorada em espaços de culturas e casas de shows até o fim deste mês (veja a programação de alguns espaços na coluna ao lado).

Na capital, dois espaços fogem à regra e comemoram a arte e a cultura africana diariamente. Um deles é o Instituto de Arte e Cultura Yoruba – que abriga oficinas, o coral de música Agbada, além de promover o encontro poético “Na Veia Lírica” e gerenciar a Owiwi Galeria de Arte Afrikana (criada em 2012).

“Há dez anos vim para BH por meio de um intercâmbio. A paixão foi imensa e enxerguei a reciprocidade nesse afeto. Foi isso que me motivou a criar o que você vê agora, e esteja certa: se não fosse tão grande o que sinto, não teria ficado para ser ponte entre Brasil e África”, afirma o diretor do instituto, Olúségun Akínrúlí.

Exatamente por se “transformar” em ponte, que Olú já trouxe e vislumbra trazer para Belo Horizonte artistas de vários países da África. Neste mês, a Owiwi hospeda, até dia 30, a bonita e delicada mostra de telas “The Road: Desafios de Outro Caminho”, do artista plástico nigeriano Ogulande Babatunde, de 41 anos.

Durante a residência artística na cidade, Babatunde criou trabalhos coloridos e livres que mostram caminhos e a busca pela liberdade – seja nos desenhos abstratos ou nas figuras que associam tanto ao cotidiano de lá, como daqui.

“Gosto de falar das cidades e das pessoas, de criar personagens, mesclar nossas culturas, minha bagagem africana e a experiência que tive na cidade”, explica o artista que, especialmente para a mostra, criou o personagem Bello – nome existente na cultura africana. “E então você acha que se parece com vocês?”, brinca diante do quadro.

O segundo espaço voltado para a arte da África na cidade é o Casarão das Artes (av. Bernardo Monteiro, 414, Santa Efigênia), que hoje, a partir das 19h, apresenta o projeto “Canjerê” homenageando a escritora belo-horizontina Conceição Evaristo.

“Dia 20 é a data que marca a resistência diante da opressão. Espero que, um dia, BH abrigue mais espaços dedicados à arte africana. Este é um dos nossos sonhos”, assegura Rosália Diogo, uma das gestoras do Casarão. 

“The Road: Desafios de Outro Caminho”, de Ogulande Babatunde, na Galeria Owiwi Galeria de Arte Afrikana (r. Cambuquira, 178, Carlos Prates). Segunda a sexta, das 10 às 19h. Sábado, das 10 às 14h. Até 30/11
 

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por