Um dos fundadores do Clube da Esquina, Márcio Borges lança livro com cartas históricas

Elemara Duarte - Hoje em Dia
08/02/2015 às 09:27.
Atualizado em 18/11/2021 às 05:57
 (Arquivo Hoje em Dia/Renato Cobucci/08-04-2011)

(Arquivo Hoje em Dia/Renato Cobucci/08-04-2011)

Ícone do movimento do Clube da Esquina, Márcio Borges lembra, agora, do próprio passado como funcionário dos Correios. Porém, com um olhar para as cartas de personagens históricos. “Cartas da Humanidade: Civilização Escrita à Mão” (468 páginas, R$ 59,90, Geração Editorial), obra que ele leva às livrarias, veio de um hobby.    “Talvez por eu ter sido estafeta (mensageiro). Dos 13 aos 14 anos, entreguei telegramas na cidade inteira. Vestia um uniforme que parecia de soldado”, conta.   Fato é que, depois do período da adolescência em que reuniu e distribuiu mensagens de desconhecidos, Márcio Borges parece ter tomado gosto pela situação e passou a reunir os escritos de personagens famosos da história.   Para “Cartas da Humanidade”, ele selecionou 141 textos, mas nos arquivos pessoais mantém pelo menos 700.    Segundo ele, todos são de domínio público. A tradução dos documentos foi feita também pelo músico, a partir dos escritos originais em inglês, francês e espanhol.   As cartas foram posicionadas no livro em ordem cronológica. “Descobri nelas uma maneira de ter a visão pessoal da história”, justifica.   Há textos do ano 6.000 antes de Cristo até 2008 (d.C.). Em um dos relatos, Alexandre, o Grande, ameaça Dario, rei da Pérsia (320 a.C.).    “Eu, em meu avanço pelo império da Grécia, desejando vingar os erros de meu país sobre os persas, marchei sobre a Ásia, tendo recebido provocação suficiente de tuas numerosas devastações anteriores”, disse o desbravador Alexandre, três anos antes de morrer em decorrência de uma febre de origem desconhecida.   Na lista ainda há a “Carta de amor da freira Heloísa ao padre Abelardo”, com data aproximada entre 1079 e 1142.    Na história de cortar o coração, os dois jovens se conhecem, se apaixonam e se casam às escondidas.    Porém, o tio da jovem descobre, os separa violentamente e Abelardo é castrado. Ambos fogem: ela para um convento, e ele, a quem Heloísa chama de “meu grande bem”, para um mosteiro.    O amor do casal passou a ser vivido por meio das palavras que trocavam em cartas. Abelardo foi um importante filósofo do século 12.   Sobre si   O autor diz ainda que já tem pronta a autobiografia. O livro vai se chamar “Viagem de Ventania” e será publicado pela mesma editora, no segundo semestre deste ano.    “Nela, falo do pré e do além do Clube da Esquina. O clube vai para o pano de fundo”.

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