Um ladrão de livros muito carismático

Lady Campos - Hoje em Dia
30/03/2015 às 08:52.
Atualizado em 16/11/2021 às 23:26
 (Ilustrações de Emily Mackenzie)

(Ilustrações de Emily Mackenzie)

Reza a lenda que, com a chegada da primavera no Hemisfério Norte (estação sinônimo do renascimento e da floração), os coelhos saíam de suas tocas para a reprodução, daí o peludo dentuço ser associado à Páscoa. No folclore japonês, o coelho é cultuado como representação da calma e da diplomacia. Existe, no entanto, uma categoria diferente de coelho na qual se enquadra o personagem central do livro “Procura-se! Carlinhos Coelho, o Ladrão de Livros”, de Emily Mackenzie.

Ao contrário de seus pares que sonham com alfaces, apreciam em demasia cenouras e suculentos dentes-de leão, Carlinhos Coelho só pensava em livros. Isso mesmo. Ele não só sonhava, como queria ler o tempo todo.

Inteligente e aficionado pelos mais diversos tipos de publicações, Carlinhos Coelho se dedicou a fazer cartazes listando os muitos livros que ele já havia devorado. “Alice no País das Cenourilhas”, e “Reinações de Coelhinho” figuravam entre as leituras atuais e, no rol de favoritos, “O Senhor das Alfaces” e “Meu pé de cenourinha” ganharam a classificação de três cenouras (nota máxima atribuída por ele).

O livro “Tocas para brincar”, alcançou por exemplo apenas duas cenouras. Para a família, Carlinhos Coelho escreveu um cartaz para incentivar o hábito da leitura entre os entes queridos. No item “para falar com a mamãe”, indicações de “O Morro das Raposas Uivantes”e “Coelho Z..., onde vai você?”

Tudo o que dizia respeito ao universo literário interessava a Carlinhos Coelho. Ele amava aprender palavras novas, o cheiro dos livros e até o barulho das páginas virando. A maior alegria do coelho leitor era mergulhar nas histórias fazendo de conta que era um capitão de um navio pirata ou um intrépido aventureiro na selva!

Foi, então, que sorrateiramente o dentuço começou a invadir o quarto das pessoas para ler livros. Carlinhos Coelho foi tomando gosto pelos delitos e, não satisfeito com as invasões, passou a surrupiar livros das estantes.

Nenhum exemplar ficava de fora de seu saco de furtos: histórias em quadrinhos, dicionários, romances, culinária e poesia. Carlinhos nunca teve tantos livros para ler. Ele sentia até um certo orgulho pelos crimes. Foi então que Carlinhos Coelho se tornou procurado da polícia. E agora? Saboreie o delicioso exemplar.
 

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