( Aloizio Jordão/ Divulgação)
Em 2015, Ivan Lins completa 70 anos. No hall dos compositores brasileiros mais gravados no exterior, o músico ganha agora um presente e tanto de aniversário. No fim do mês, o carioca João Senise, de 26 anos, lança no Rio de Janeiro “Abra Alas” – disco com 14 faixas, todas canções de Ivan Lins.
Para João, apesar da importância do artista para a história da música brasileira e da própria dificuldade em encontrar jovens compositores com qualidade equivalente, Ivan já não recebe da nova geração o reconhecimento merecido.
“O público acima dos 40 anos reconhece o talento dele, mas os mais novos, não. Eu, humildemente, tento colaborar nesse trabalho de formiguinha que é levar essas composições para a galera da minha idade”, explica.
Comprovando todo o talento do homenageado, João recorda a dificuldade na hora de selecionar as canções que entrariam para o álbum.
“Ele tem literalmente dezenas de músicas maravilhosas. Eu até tentei pedir ajuda para fazer a seleção, mas ele espertamente fugiu da roubada e se fingiu de morto”, revela o jovem, aos risos.
“Quando fui à casa dele com o Gilson Peranzzetta (diretor musical) mostrar as músicas escolhidas, o Ivan sentou ao piano, tocou todas, cantou algumas e, no fim, sugeriu que eu gravasse ‘Art of Survival’, em parceria com Brock Walsh. Acatei a sugestão, é claro”.
As faixas do disco mesclam sucessos, como “Dinorah, Dinorah” e “Vitoriosa”, e músicas menos conhecidas, como “Dois Córregos” (com Caetano Veloso) e “Virá” (com Gilson Peranzzetta e Vitor Martins).
Já a participação de Ivan está registrada em “Setembro” e “Ai, Ai, Ai”. A última conta com a presença da Orquestra de Sopros e Percussão do Cerrado – formada por 60 músicos de Goiânia. Outros nomes de peso participam do trabalho: Dori Caymmi, Leila Pinheiro, Leo Jaime e Zélia Duncan.
MUDANÇA DE IDEIA
“Meu primeiro impulso foi gravar um CD em homenagem ao Tom Jobim, mas depois de ouvir um DVD do Ivan chamado ‘Cantando Histórias’ bati o martelo: meu CD seria em homenagem a ele”, recorda.
Segundo o rapaz, que já se apresentou duas vezes em Belo Horizonte – uma na Praça do Papa, outra no Museu da Pampulha –, a produtora já está em contato com teatros para realizar o lançamento por aqui.
“Espero que seja ainda no primeiro semestre deste ano. Não vejo a hora de voltar à cidade. Além da receptividade do público, o torresmo e o pão de queijo mineiros são imperdíveis”, encerra o carioca.