Espetáculos formados por artistas negros de BH abordam temas da cultura afro neste fim de semana

Da Redação
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22/10/2020 às 19:50.
Atualizado em 27/10/2021 às 04:51
 (Divulgação/Pablo Bernardo)

(Divulgação/Pablo Bernardo)

Por causa da pandemia de Covid-19, a edição de 2020 do projeto Solo Negro será apresentada de forma virtual. Idealizado por Mauricio Tizumba (Cia Burlantins), a obra se propõe a criar um espaço de difusão do trabalho de artistas negros da cidade, com espetáculos que dialoguem com a cultura afro-brasileira contemporânea ou tradicional, e que tenham um formato solo.

Na programação estão quatro apresentações, que começam nesta quinta-feira (22) e terminam no domingo (25), e trazem a diversidade cênica em seus roteiros, incluindo circo, dança e teatro.

A abertura nesta quinta é com a montagem “Xabisa”, no qual os atores Michelle Sá e Alexandre de Sena fazem o encontro entre o humor dos jogos de palhaço e os elementos ancestrais da cultura afro-brasileira.

Nesta sexta-feira (23), sozinho no palco, Led Marques apresenta “Eu”, contando a história de um dançarino preto, morador de ruas, favelas e vielas, que encontrou na dança um sopro de vida para lutar contra a opressão.

Já no sábado (24), a atriz Danielle Anatólio apresenta o solo “Lótus”, espetáculo que tem como ponto de partida a poética feminina, sobretudo no contexto da liberdade, do feminismo e do corpo de mulher negra.

O encerramento acontece no domingo, com “Presente + invisível”, de Roseane Corrêa, peça que trata da busca pela perfeição inalcançável diante do preconceito, da discriminação e do racismo.

Os espetáculos serão exibidos pelo canal da Cia Burlantins no Youtube, de quinta a domingo, sempre às 20h, gratuitamente.

Quinta-feira (22) -  “Xabisa”, com Michelle Sá e Alexandre de Sena

Duração: 50 min - livre

Xabisa é uma palavra da língua Xhosa, dialeto de origem sul-africana, que, em português, significa “Valorize”. No espetáculo de mesmo nome, duas pessoas estão em uma caverna onde, separadas, buscam por riquezas. A caverna remete ao Mito de Platão, à escravidão negra e, também, à exploração de ouro no Brasil. Ao procurar por preciosidades, entre obstáculos físicos e socioculturais, os personagens encontram a si mesmos. 

Sexta-feira (23) - “EU”, com  Led Marques

Duração: 24 min – livre

A realidade de crianças negras marginalizadas, criadas entre tiros e necessidade de sobrevivência, é a principal motivação do espetáculo “Eu”, baseado na história real do artista Led Marques, que cresceu e viveu em contato com a periferia de Belo Horizonte, e que, graças à dança, pode experimentar um contato direto com artistas de diversos estilos e histórias. Esses encontros provocaram o desejo de sobrepor fatos reais de guetos marginalizados à dança de diversas modalidades. 

Sábado (24)- “Lótus”, com Danielle Anatólio

Duração: 50 minutos - Livre

“Lótus” é um espetáculo sobre mulheres que desejamos falar, em especial sobre aquelas cuja a cor da pele as colocam no lugar mais baixo da pirâmide social. A peça fala sobre amor, superação, beleza e vida, isto dentro de um contexto de preterimento e fragilidade em que está inserida a mulher contemporânea que é hipersexualizada, além de contar os caminhos que essas mulheres encontram para resistir e (re)existir.

Domingo (25)- “Presente + invisível”, com  Roseane Corrêa

Duração: 50 min – Livre

Treinar, pesquisar, estudar, se qualificar, fazer aula, aperfeiçoar, trabalhar duro, suor e sangue derramado. Dias e noites buscando uma perfeição não alcançada.

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