Família Addams 2: animação traz mais uma vez o funesto clã em história que condena o preconceito

Paulo Henrique Silva
phenrique@hojeemdia.com.br
29/10/2021 às 09:14.
Atualizado em 05/12/2021 às 06:09
 (Universal/ Divulgação)

(Universal/ Divulgação)


Dois ingredientes importantíssimos para o sucesso da primeira animação da Família Addams permanecem na continuação “Pé na Estrada”, já em cartaz nos cinemas para pegar carona no Dia das Bruxas (festividade de origem americana celebrada neste domingo).

O primeiro, para deleite dos adultos, são as diversas referências a clássicos do cinema de terror, presentes até mesmo numa simples placa de estrada, onde se lê, entre outros, Crystal Lake, local das muitas mortes praticadas por Jason Voorhees, de “Sexta-Feira 13”.

Em outra cena, Wandinha está celebrando a sua formatura quando um balde com sangue cai sobre ela, em alusão à sequência final de “Carrie, a Estranha”. Sem falar nas piadas autorreferenciais, envolvendo a famosa série de TV e os filmes produzidos na década de 1990.

Como na animação lançada em 2018, “Pé na Estrada” consegue tratar com bom humor e uma pitada de reflexão questões que estão na ordem do dia. Se no primeiro eram as fake news e o preconceito, agora entra em cena a discussão sobre o que faz uma família.

Quando Wandinha descobre um pai biológico, cientista e bem menos sombrio que Gomez, a importância do amor é evidenciada no roteiro, mostrando que o patriarca dos Addams pode ser chamado de várias coisas, menos de que não é um genitor carinhoso.

Apesar de ser a família mais disfuncional do mundo, os Addams acabam superando muitos clãs que se aparentam normais. A graça do filme está na maneira como se apresentam sinceros e até ingênuos em suas escolhas de vida – claro, todas bem excêntricas.

Essa mensagem está na essência do filme, ao apontar, por exemplo, para um Frankstein (Tropeço) sentimental, capaz de tocar “I Will Survive” diante de uma plateia de motocicletas com roupas de couro. Esses, aliás, logo se revelam dóceis quando estão à vontade.

O problema de “Pé na Estrada” é o mesmo do original: algumas piadas e situações são repetidas. O vilão representado pelo cientista é um xerox de outro inventor, visto em “Tá Chovendo Hambúrguer” – até mesmo em seus traços, que são mais quadrados.

Para não afirmar, nesses tempos de negacionismo, que a Ciência é o grande mal, a animação fez questão de incluir uma cena que reverencia a necessidade de sempre estarmos com a vacinação em dia. Mesmo a família que mais tematiza a morte não a quer por perto.

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