Heróis da Marvel: 'Eternos' estreia nos cinemas

Paulo Henrique Silva
phenrique@hojeemdia.com.br
05/11/2021 às 07:55.
Atualizado em 05/12/2021 às 06:11
 (Disney/ Divulgação)

(Disney/ Divulgação)


Os Eternos não são os super-heróis mais conhecidos do universo Marvel, ficando bem atrás de Homem-Aranha, Thor, Hulk e Homem de Ferro. Em cartaz nos cinemas, o longa-metragem dedicado ao grupo de seres quase divinos, enviados à Terra há milênios para proteger os humanos da raça Deviantes, tem potencial para impulsionar a marca da mesma forma que o filme de “Guardiões das Galáxias”, outro título que não estava entre os mais fortes da editora.

Embora conte com diálogos bem-humorados e uma abertura com “Time”, do Pink Floyd, em alto e bom som, “Eternos” passa longe de querer carregar a mesma despretensão do time comandado por Peter Quill. Dirigido pela chinesa Chloé Zhao, o filme não tem pudor em explorar os temas dramáticos, numa interessante discussão de teor existencial, sobre um Homem que, apesar de recheado de defeitos, é capaz de ganhar a compaixão dos super-heróis.

Mais do que isso: o longa em nenhum momento levanta ostensivamente uma bandeira sobre igualdade, mas está impregnado por essa temática, desde a escolha dos integrantes do grupo até a opção pelo “amor à família”, independentemente de como esteja representada – questão evidenciada principalmente por um personagem gay. Mulheres, homens, negros, amarelos, brancos, ocidentais e orientais têm praticamente a mesma força e importância.

E, por falar em força, “Eternos” é o filme menos “testosterona” da franquia, o que não quer dizer que não haja cenas de ação bem-feitas. Mas aqui os embates são menos motivados por medições de poder e mais em torno daquilo que acreditam. O roteiro não faz questão de acentuar em demasia as habilidades do grupo – para se ter uma ideia, Thanos, o grande vilão dos Vingadores em “Guerra Infinita” e “Ultimato”, é da mesma espécie dos Eternos.

Os confrontos são sempre marcados por emoções fortes, como sentimentos de perda, culpa e dúvida – os protagonistas só saberão que tomaram a decisão certa no último minuto. Outro grande tema permeia toda a narrativa, de leitura política, quando os super-heróis têm a sua certeza abalada a respeito de quem são os verdadeiros inimigos, sentindo-se como peças descartáveis num jogo que visa atender apenas os desejos de um povo.

Ganhadora do Oscar 2021 com “Nomadland”, Zhao dirige com uma sensibilidade rara num filme de muitos efeitos especiais, abrindo espaço para atuações se destacarem, como a de Gemma Chan, que interpreta Sersi, personagem que será determinante nas continuações. Sim, elas virão, independentemente do resultado nas bilheterias. Um aviso e duas cenas pós-créditos garantem a sequência, criando a expectativa sobre possíveis interações com os heróis clássicos da Marvel.

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