Vencedor sim, mas com apenas duas estatuetas

Paulo Henrique Silva - Hoje em Dia
01/03/2016 às 07:45.
Atualizado em 16/11/2021 às 01:37
 ( Kevin Winter/Getty Images/AFP)

( Kevin Winter/Getty Images/AFP)

Ganhador do troféu mais cobiçado na cerimônia do Oscar – o de Melhor Filme – “Spotlight – Segredos Revelados” obteve nessa segunda (29) um aval importante. O “Osservatore Romano”, jornal semi-oficial do Vaticano, publicou dois artigos em que elogia o longa por ter dado voz à “profunda dor” dos fiéis expostos a abusos por parte de padres pedófilos.

Mas o filme também será lembrado por um dado curioso: há 63 anos o vencedor da categoria principal não voltava para casa com apenas dois prêmios. Em 1953, “O Maior Espetáculo da Terra”, de Cecil B. DeMille, arrebanhou os troféus de filme e história – praticamente nos mesmos quesitos de “Spotlight”, que faturou o primeiro Oscar da noite, de roteiro adaptado.

Quatro horas depois, a produção fechou a festa como protagonista. O saldo “magrinho” do filme de Adam McKay poderia ter colocado em dúvida a sua importância se lembrarmos que “Ben-Hur”, “Titanic” e “O Retorno do Rei” conquistaram nada menos que 11 premiações, cada. Mas nesse período – de 1953 a 2016 – seis longas levaram três Oscars em situações parecidas, de divisão entre os favoritos.

O que pode justificar a premiação “baixa” de “Spotlight” é a mudança nas regras da categoria de melhor filme, que passou a contemplar até dez produções – antes, eram cinco. Dos oito indicados, só dois não ganharam nada: “Perdido em Marte” e “Brooklyn”.

Furor na web

Nessa segunda (29), o Twitter Brasil divulgou que Leonardo DiCaprio (Melhor Ator por “O Regresso”) foi o artista mais comentado na noite do domingo. Lady Gaga foi a segunda, seguida por Chris Rock. Aliás, o mundo voltou seu olhar para o apresentador, diante da tentativa de boicote por parte de atores e diretores também negros (como Spike Lee e Will Smith), que não se viram representados pelos indicados.

Mas a jornalista Etiene Martins não disfarça o certo incômodo que sentiu ao fim da transmissão. “A sensação é de que estavam querendo banalizar o assunto e tirar sua importância, principalmente com Chris Rock fazendo de tudo uma brincadeira. É como dizer que a reivindicação não era legítima”, entende.
 

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