(Ney Couteiro )
Após quebrar muito a cabeça sobre como seria a sonoridade e temática de seu segundo álbum, o músico mineiro Victor Batista pensou em um conceito após um projeto inesperado. Ele foi convidado pela ong WWF para compor canções que estariam em um material didático sobre o Cerrado brasileiro, a ser distribuído para escolas. E compreendeu que essa ideia poderia inspirar um disco.
Morador de Pirenópo-lis, Goiás, desde 2009, e pesquisador da cultura popular, o artista se inspirou na natureza para criar "Manchete do Tico-Tico", álbum que será lançado amanhã, no Conservatório UFMG.
Não só a questão ambiental está presente nas letras, como também a social. O trabalho enfoca o êxodo rural e a perda de identidade de quem é obrigado a se mudar para as grandes cidades. A sonoridade, claro, dialoga com ritmos regionais e a viola caipira.
"O tico-tico foi um símbolo que encontrei para falar da importância de quem vive no campo, mas que vai para a cidade e acaba perdendo a sua essência, se transformando em pardal. É uma analogia para mostrar que não devemos deixar de ser tico-ticos", diz o violonista e compositor.
Educação
O disco "Manchete do Tico-Tico" se encaixa bem no histórico de dedicação à arte educação de Victor Batista – seu primeiro álbum, "Além da Serra do Curral", já se voltava para um público infanto-juvenil.
"O disco fala sobre o amor incondicional que todos devem ter com os seres vivos, que precisamos uns dos outros para sobreviver", afirma o músico, que viabilizou o álbum com financiamento coletivo.
Serviço
Victor Batista no Conservatório UFMG (avenida Afonso Pena, 1534), sábado (9), às 20 horas. Entradas a R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia).