Vivaldi e Piazzolla se encontram em DVD da orquestra ouro preto

Pedro Artur - Hoje em Dia
22/02/2015 às 13:03.
Atualizado em 18/11/2021 às 06:06
 (Nathalia Torres/Divulgação)

(Nathalia Torres/Divulgação)

Astor Piazzola (1921-1992) e Vivaldi (1678-1741) são dois mestres da música que souberam incluir no próprio trabalho todas as particularidades das estações do ano. Com essa constatação, a Orquestra Ouro Preto decidiu reunir os compositores argentino e italiano, de épocas distintas, no DVD “Oito Estações”, cujo lançamento ocorre ainda neste semestre, começando por Ouro Preto, depois Araxá, Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro, além de outras capitais do país.   O maestro Rodrigo Toffolo – que teve o apoio para o trabalho de Ricardo Amado (violino) e Hugo Pilger (violoncelo) – diz que esse era um sonho antigo da orquestra. “Há seis anos a orquestra fez arranjo de uma das estações de Piazzolla que foi um enorme sucesso. Aí veio a necessidade de completar o ciclo com as quatro estações portenhas. É quase uma comparação óbvia com Vivaldi por suas peças clássicas, ‘As Quatro Estações’”, pontifica.    O maestro destaca esse “casamento” entre compositores de épocas e culturas totalmente distintas. “São dois mundos diferentes falando do mesmo assunto, o passar do tempo. E há, claro, a beleza desses trabalhos”, enfatiza.    O DVD faz parte das comemorações de 15 anos da Orquestra Ouro Preto, que projeta várias atividades para marcar o aniversário. Assim, já está prevista uma apresentação da orquestra um domingo de cada mês em Belo Horizonte: o primeiro concerto acontece em 8 de março, no Sesc Palladium. Depois, no segundo semestre, será lançado o DVD “Beatles” – sobre a apresentação em Liverpool em 2012 – e a parceria bem-sucedida com Alceu Valença, “Valencianas” – com turnê por Recife e depois pela França, Espanha e Holanda.   Em Juiz de Fora   Há outra iniciativa interessante no universo da música erudita desenvolvida no interior de Minas. É que o Centro Cultural Pró-Música da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) já colocou à disposição dos amantes da música erudita o CD da Orquestra Barroca de Juiz de Fora. A edição traz obras de gênios – como Beethoven (1770-1827) e Mozart (1756-1791) – interpretadas com instrumentos de época, sob a regência de Luís Otávio Santos.[/TEXTO]  De acordo com o maestro, a escolha do repertório serviu de comemoração de 25 anos do Festival Internacional de Música Colonial Brasileira e Música Antiga, realizado em Juiz de Fora. “É uma novidade na sala de concerto e discografia do Brasil. Revela um outro compositor, que pode ser ouvido de forma diferente das gravações tradicionais que seguem um padrão de gosto do período do romantismo que veio depois dos compositores”, diz Luiz Otávio Santos.    A intenção é realizar uma apresentação mais próxima do que a que poderia ser ouvida em séculos passados. “Assim, resgatamos esse gosto da época do compositor com esses instrumentos que são muito importante para o resgate dessa sonoridade que deixou de existir”, avalia.    Além de Beethoven e Mozart, o acervo nacional foi lembrado com a abertura da ópera “Zaíra”, de 1816, de Bernardo Souza Queiroz (Bernardo José de Souza Queiroz, 1770- 1850) – primeira ópera genuinamente brasileira.    Luís Otávio ressalta importância do resgate dessa obra e de sua escolha para o repertório “Como a cada ano temos um pedaço brasileiro no CD, concluímos que a abertura da ópera casava muito bem com as duas sinfonias da mesma época. É um autor português, mas foi a primeira ópera composta no Brasil e cuja partitura ainda existe”, explica.    Outro lançamento de Juiz de Fora é o disco “Cantorias”, do Coral Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora. A obra contempla o popular e o erudito: de Chico Buarque a Johann Sebastian Bach (1685-1750). Também estão contemplados Rufo Herrera e a banda Queen. 

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