Voluntária é exemplo de Gente que faz a diferença

Thais Oliveira - Hoje em Dia
13/09/2015 às 09:54.
Atualizado em 17/11/2021 às 01:44
 (arquivo pessoal)

(arquivo pessoal)

Há alguns dias, Élida Rodrigues, 52 anos, recebeu a notícia de que dezenas de sapatos estavam sendo descartados no lixo, no bairro Ouro Preto, em Belo Horizonte. Ela, que é voluntária da Fraternidade Espírita Luz e Caridade, poderia recolher os calçados e levá-los para o bazar da instituição. No entanto, um “detalhe” impediria a ação: nenhum deles possuía par.   Segundo Élida, muitos sapatos, provavelmente, vindos de uma loja ou fábrica, acabaram sendo perdidos no entulho. Contudo, mais de 100 foram resgatados – “novinhos em folha” e com etiqueta. De imediato, Élida teve a certeza: os colocaria para doação. “Logo me lembrei das pessoas, que não possuem os dois pés. Elas devem ter sempre que comprar o par, sendo que precisam somente de um pé”, enfatiza.   Solidariedade completa   Ela observa que poderia ter entregado os calçados para um hospital ou centro de reabilitação. “Porém, a minha intenção não é apenas doar; é também me aproximar da pessoa e saber do que mais ela precisa”, esclarece.   Este foi o caso da Flaviana Menezes. “Ela é muito inteligente, é formada em História e está buscando por emprego. Peguei o currículo dela e vou tentar ajudá-la”, diz Élida.   A historiadora, de 36 anos, foi a primeira a ser beneficiada pela ação e levou quatro pés direitos de sapatos. A perna esquerda foi amputada quando Flaviana tinha 6 anos, após um atropelamento. “Sempre pensei: ‘meu Deus, será que não haverá uma forma de se fabricar um calçado que sirva para ambos os pés?’ Seria tão prático para mim”, questiona. E não é que tem! Segundo Flaviana, uma marca de calçados a presenteou com uma coleção exatamente assim. “A sapatilha serve tanto para o pé esquerdo quanto para o direito”, comemora.   ‘Não somos invisíveis’   Grata pelo ato de Élida, Flaviana destaca que iniciativas assim são importantes também para mostrar aos fabricantes de calçados que as pessoas amputadas não são invisíveis. “Somos consumidores tanto quanto os demais. Então, se não puderem ou não quiserem doar, que nos vendam pela metade do preço”, sugere.   Quem tiver interesse pelos pés de sapatos resgatados por Élida pode ir à Fraternidade Espírita Luz e Caridade, instalada na rua Várzea da Palma, 195, bairro Jardim Leblon. Mais informações podem ser obtidas pelos telefones: (31) 3452-6092 ou 9621-1008.   ÉLIDA E FLAVIANA – A primeira ficou feliz por ajudar e a segunda, por receber a doação (foto: Arquivo pessoal)

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