Os cinco anos de intervalo entre dois discos de inéditas não são sinônimo de pouca safra ou escassez de bons compositores para a ampliação do vasto repertório de Zeca Pagodinho. “Pelo contrário”, retifica o músico, que se apresenta hoje em BH. “Estava envolvido com projetos grandes, o álbum dos 30 anos de carreira, o disco ‘Um Barzinho, Um Violão’, ‘Quintal do Pagodinho’. E show disso tudo rende”, explica.   Em “Ser Humano”, o show da nova turnê, ele interpreta clássicos dessa produção, como “Coração em Desalinho”, “Judia de Mim”, “Verdade”... Mas também canções que fazem parte do 23º disco da carreira de autêntico sambista, lançado em abril.   Vovô Zeca   Zeca diz que hoje compõe “bem menos do que antes”. Mas por um motivo nobre: “Tenho que dar atenção aos filhos e netos”. No início deste ano, Zeca perdeu o filho mais velho, Elias Gabriel, 28 anos, vítima de complicações pneumológicas.   Menos de três meses depois, foi o pai do artista, Jessé da Silva, de quem herdou o nome, que se foi, aos 87. “As pessoas morrem, fazer o quê?”, resigna-se.   “Zecostentação”   Cinco anos – “mais ou menos” – é o tempo que Zeca vem exibindo um dente de ouro na parte superior da arcada dentária. Segundo ele, um simples adereço, “um enfeite”, para cobrir uma falha. Fazê-lo em ouro, diz, faria parte da sua cultura e da “dos amigos da malandragem”.   Para os mais implicantes, um indício de “ostentação”? “Mas ostentação por quê? Por causa de um dente de ouro? Antigamente, meus tios tinham dente de ouro também e eram pobres”, descarta o artista.   Logo mais, Zeca mostra seu show com banda à frente de um cenário que faz referência ao mar, a São Jorge, seu “Ogum” protetor, a quem já homenageou em canções, e a Xerém, distrito de Duque de Caxias (RJ), onde tem um sítio e onde gravou o disco “Quintal do Pagodinho”, no qual mostrava novos talentos.   Zeca Pagodinho – Show “Ser Humano”. Neste sábado (13), às 22h, no Chevrolet Hall (av. Nossa Senhora do Carmo, 230). Ingressos: de R$35 a R$640

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