Os consumidores que planejam comprar eletrodomésticos e eletroeletrônicos nos próximos meses devem se preparar para desembolsar entre 10% e 20% a mais. Com a alta do dólar – que de janeiro até sexta-feira (19) acumula alta de 13% –, produtos da linha branca, televisores, tablets e celulares ficarão mais caros, já que boa parte dos componentes empregados na produção nacional vem de outros países. Segundo o vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), Ailton Ricaldoni Lobo, a importação de capacitores, circuitos integrados e chips ficou 15% mais cara no primeiro semestre de 2013. “É impossível não repassar parte desse custo para o consumidor final, que pagará mais caro, sem dúvida nenhuma. Pelo menos, 10%”, diz Lobo. Atualmente, os componentes importados representam, em média, de 20% a 60% das peças utilizadas na fabricação de eletroeletrônicos no Brasil. Na Suggar, fabricante mineira de eletrodomésticos, 94% do portfólio são produzidos a partir de itens importados, principalmente da China (35%). “Nossos lançamentos previstos para o final do ano certamente chegarão ao mercado com aumento de 10% a 12%. Isso não é bom porque, daqui a pouco, vamos ter aumento na tarifa de energia e no combustível”, afirma o presidente da Suggar, Lúcio Costa. Linha branca De acordo com o presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), Lourival Kiçula, no caso da linha branca, há outro agravante: o encarecimento do aço. “Quando o dólar sobe, tudo sobe, mas o aumento do preço do aço foi além. Por isso, compressores, chapas e motores ficaram mais caros. Esse reajuste ainda não chegou às lojas, mas chegará em breve”. A expectativa do setor, segundo Kiçula, é a de que o dólar se estabilize. “É complicado discutir esse cenário, porque até os economistas erram. Temos que analisar a situação gradativamente, mas torcemos para que o real volte a se valorizar”, diz o presidente da Eletros. http://hojeemdiardp2.digitalpages.com.br/html/login/93