Alta nos casos de Covid e influenza desfalca equipes em vários setores e exige improvisos

Leíse Costa
leise.costa@hojeemdia.com.br
12/01/2022 às 08:19.
Atualizado em 18/01/2022 às 00:52
 (Freepik)

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O crescimento dos casos suspeitos e confirmados de influenza e Covid em Minas já se reflete em diferentes setores da economia. Apesar de não resultar em paralisação do funcionamento, bares, restaurantes e hotéis relatam que a defasagem nas equipes, devido às licenças de funcionários, resulta em sobrecarga, improviso e incerteza em relação à retomada econômica em 2022.

Desde 1º de janeiro, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) precisou ampliar o horário de funcionamento dos nove centros de saúde para atender mais de 5 mil pacientes que apresentavam sintomas respiratórios nos primeiros sete dias do ano. Segundo o último boletim, BH tem 4.512 infectados por Covid sendo acompanhados, o que significa uma pequena queda na taxa de transmissão do município de 1,14 para 1,13. 

No setor de bares e restaurantes, um universo de 20 mil estabelecimentos na capital, a estimativa é de que, em 6 de janeiro, quase 58% tinham funcionários afastados por suspeita de influenza ou Covid, segundo a Abrasel-MG (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de Minas Gerais). Matheus Daniel, presidente da associação, afirma que em BH nenhum bar precisou interromper as atividades por causa de dispensa médica. Mas, para contornar a situação, é preciso improviso.

“Restaurantes estão tentando absorver a carga entre os funcionários ou contratar temporários. O próprio dono, muitas vezes, entra em ação”Matheus Daniel - Presidente da Abrasel

“Os restaurantes estão tentando absorver a carga entre os funcionários ou contratar temporários. O próprio dono, muitas vezes, entra em ação para suprir a falta”.

Foi o que fez o empresário Lucas Brandão, da Pizzaria Panorama, no Centro de BH. Dos cinco funcionários da equipe, uma está afastada por sintomas gripais. “Conseguimos suprir chamando um ‘freela’. Até então, são intempéries normais, mas claro que a gente teme um surto. Se três ou quatro gripam, isso afeta nosso funcionamento”.

Frustração

No setor hoteleiro, a alta transmissibilidade da variante Ômicron e o aumento dos casos de influenza foram um balde de água fria.
“Estamos enfrentando uma queda de movimento, fugindo totalmente da nossa expectativa e até do controle. A falta de testes e a demora de resultados faz com que a gente afaste mais funcionários do que o realmente necessário”, diz Paulo César Pedrosa, presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Belo Horizonte (Sindhorb-BH).

Junto com o impacto das chuvas, Pedrosa afirma que o número alto de casos de Ômicron e influenza fez com que a projeção da taxa de ocupação hoteleira para janeiro e fevereiro deste ano caísse pela metade. Em novembro e dezembro, o segmento previa que metade dos 300 hotéis de Belo Horizonte estivessem ocupados nos dois primeiros meses de 2022. 

“Tudo que prevíamos não se confirmou”, lamenta. Ele usa o próprio hotel como exemplo. “Na minha empresa, que é pequena, dos dez funcionários, três estão de atestado médico”, relata.

Além disso:

A alta nos casos de influenza e Covid também atinge tripulantes de voos, com impacto nas maiores companhias aéreas. Pelo menos 10% dos voos Azul e 1% da Latam Brasil foram cancelados no país. Só nos últimos seis dias, a BH Airport, concessionária do Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, informou que 119 voos que chegariam ou partiriam de Confins foram cancelados.

Procuradas para comentar o assunto, Latam Brasil e Azul Linhas Aéreas informaram que não abrem os dados à imprensa, comunicando as mudanças diretamente apenas aos passageiros com viagens que precisam ser remarcadas. 

A BH Airport informou, por meio de assessoria, que as operações em Confins ocorrem normalmente no terminal e orienta os passageiros que têm voos programados a procurarem a companhia aérea para esclarecer as dúvidas.

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