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Ameaças à democracia no Brasil e também no Egito

Hoje em Dia
Publicado em 05/07/2013 às 06:25.Atualizado em 20/11/2021 às 19:46.

O primeiro presidente eleito na história do Egito, Mohammed Mursi, foi deposto há dois dias pelo exército, um ano após assumir o cargo. O país volta a ser ameaçado por nova ditadura militar, apesar das promessas de que haverá eleições quando for estabelecida nova Constituição a ser elaborada não se sabe por quem. A atual, aprovada há sete meses, está suspensa pelos militares – os mesmos que, por três décadas, sustentaram a ditadura do general Hosni Mubarak, até serem vencidos pelas manifestações populares.

Desde que os políticos sejam sensatos, ainda há tempo para fortalecer a democracia no Brasil – que tem em sua bandeira o lema “Ordem e Progresso”, como bem lembrou Dilma Rousseff ao condenar o fechamento das rodovias por caminhoneiros e, conforme suspeita a presidente da República, com apoio de empresas transportadoras.

Sensatez, é claro, não é o presidente do Senado e do Congresso, Renan Calheiros, do PMDB de Alagoas, conforme se noticiou na quinta-feira (4), requisitar avião da FAB para ir de Maceió a Porto Seguro, na Bahia, para participar do casamento de uma filha do líder do governo no Senado, Eduardo Braga, do PMDB do Amazonas. Ele fez isso no dia 15 de junho, um sábado, e por volta das 3 da manhã do domingo embarcou no mesmo avião para Brasília, ainda acompanhado de sua mulher, Verônica.

Na véspera, a presidente Dilma Rousseff foi vaiada dentro do estádio Mané Garrincha, que teria custado R$ 1,2 bilhão. Dilma foi vaiada no jogo de abertura da Copa das Confederações no estádio mais caro construído no mundo para qualquer Copa da Fifa. Naquele jogo, o Brasil venceu o Japão por 3 a 0. Do lado de fora, manifestantes que não se intimidaram com a presença de 1,7 mil policiais faziam protestos e eram presos.

Seria preferível que a seleção brasileira perdesse e o país aprendesse com os japoneses mais respeito ao dinheiro público. Algo diferente do que fez o deputado Eduardo Alves ao anunciar que mandou ressarcir o erário em R$ 9,7 mil por ter dado carona no avião da FAB a sete parentes, para assistirem à final da Copa das Confederações, no Maracanã.

Quando os políticos compreenderem que essa devolução não é suficiente nem resguarda a moralidade pública, quando esse tipo de comportamento for afastado de vez por todos os que exercem cargos públicos, a democracia no Brasil não correrá riscos como os que afligem o Egito. Mas o presidente do Senado insiste que não errou e, assim, nada vai devolver. 

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