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Terça-Feira,30 de Abril

Anastasia apelará para razão, Zema quer eleição. Os dois querem TV mais tarde

08/10/2018 às 21:08.
Atualizado em 10/11/2021 às 02:52

Começou o segundo turno para as eleições ao governo de Minas Gerais com duas estratégias de campanha completamente diferentes. O empresário de 53 anos do Novo, Romeu Zema, apostará no que deu certo no primeiro turno: o apelo à emoção e à anti-política. 

Avesso a marqueteiros e treinamentos, agora, Zema terá que trabalhar a imagem para uma exposição muito maior do que a que teve no primeiro turno. E, quando falar, continuará a pedir o voto daqueles que querem renovação na política. Se colocará como única alternativa para uma ruptura. É a emoção, um aceno aos eleitores anti-PT.

Para referendar o discurso, Zema tentará apoio de Jair Bolsonaro (PSL). O candidato reforçará a equipe de redes sociais, que garantiu a ele a ascensão no primeiro turno. 
Já Antonio Anastasia (PSDB), que dedicou toa a vida ao serviço público, tendo sido governador, vice e secretários, usará justamente da experiência como gestor para tentar convencer o eleitor. 

Nos bastidores, a avaliação da equipe tucana é a de que 80% dos eleitores que votaram em Zema não sabem quem ele é e o que propõe. “O objetivo era tirar o PT da eleição”, analisou um aliado. Com Fernando Pimentel (PT) fora do páreo, a campanha de Anastasia pedirá ao eleitor que faça uma reflexão. Dirá que o Estado passa pela mais grave crise econômica e que é preciso ter responsabilidade e experiência para tirá-lo do buraco. Isso, sem atacar Zema. A ideia é mostrar que o empresário é “pessoa de bem, bem intencionada”, mas não possui proposta concreta para solucionar o problema mineiro. 

Os tucanos esperam também contar com o apoio do funcionalismo como policiais militares e professores, já que o Novo tem uma proposta mais liberal em relação ao serviço público. 

Mas em uma coisa pode haver consenso entre os candidatos: dar início à campanha pela televisão e rádio no fim da semana. Pela lei eleitoral, o programa pode começar com até 48 horas após o fim do pleito. Porém, como as campanhas terão que se reorganizar, elas devem tentar um acordo para deixar para o fim da semana o start televisionado. 

Zema, por exemplo, não tem estrutura grande, já que tinha apenas seis segundos no horário eleitoral gratuito. O prazo pode ajudá-lo a se reorganizar. 

Figurões de fora
A renovação não foi expressiva, mas chamou a atenção na Assembleia Legislativa e na Câmara Federal a quantidade de caciques partidários que ficaram de fora nestas eleições. Muitos ficaram inconformados com a decisão do eleitor. “Eleição não é concurso de provas e títulos. Nem sempre impera a meritocracia. Mas o eleitor é soberano. Vida que segue. Bola pra frente. Foram 36 anos dedicados à política e à administração pública”, anotou Marcus Pestana, ex-presidente do PSDB em Minas.

Como ele, sai de cena o ex-presidente do MDB Antonio Andrade (atual vice-governador), Leonardo Quintão (MDB), Carlos Melles (DEM) e Adelmo Leão (PT), só para ficar em alguns exemplos. E outros tantos entraram por causa do desempenho do partido, como Fábio Ramalho (MDB). 

A pulverização de partidos que se instalou nas casas legislativas obrigará o próximo governador e presidente a terem muito jogo de cintura para aprovar propostas. 


 

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