Coincide com a eleição estadual o processo eleitoral que escolherá a lista tríplice para o cargo de procurador-geral de Justiça do Estado de Minas Gerais para o próximo biênio. A eleição será em 13 de novembro e o governador Fernando Pimentel (PT) receberá a lista tríplice no dia seguinte das mãos do atual ocupante do cargo, o decano da Instituição, Darcy de Souza. Pimentel terá a tarefa de escolher o comandante do Ministério Público mineiro que atuará na gestão do próximo governador: Romeu Zema (Novo) ou Antonio Anastasia (PSDB).
Para concorrer à reeleição, o ex- procurador-geral Antônio Sergio Tonet foi obrigado a renunciar o cargo. A escolha do chefe do Ministério Público será a decisão mais relevante do final do governo de Pimentel.
Na última escolha, o petista preteriu o candidato mais votado, optando por Sergio Tonet, um candidato mais à esquerda ligado a quadros históricos do PT.
Tonet concorre com Gisela Potério Saldanha, que não entrou na lista tríplice em eleições passadas, Waldemar Antônio Arimateia, terceiro colocado em 2016, e Márcio Freyesleben, que estreia na disputa.
Tonet é o franco favorito no Palácio da Liberdade. Gisela é simpática a muitos integrantes do MP, mas não conseguiu consolidar o favoritismo.
Waldemar é considerado uma “incógnita“, e, por ser ligado aos ex-procuradores-gerais de Justiça Alceu Torres, Carlos Mariani, Jarbas Soares e Epaminondas Fulgêncio, poderá enfrentar resistências com Pimentel e o grupo palaciano.
Considerado temperamental, Freyesleben não tem bom relacionamento com seus colegas, conforme integrantes da instituição, o que dificulta a nomeação dele.
Há uma preocupação no Palácio da Liberdade de que no MP também possa ter uma onda de mudança e surpreender o favoritismo do candidato à reeleição, que espera uma avalanche de votos. A escolha de Tonet, dada como certa, independentemente da sua votação, caberá a Pimentel em fim de mandato.
Fontes informaram que o procurador até cogitou uma agenda com Zema, porém o candidato do Novo, à frente nas pesquisas, prefere não se indispor com os demais postulantes.
Entre as atribuições de um procurador-geral de Justiça está a possibilidade de investigar governador, presidente do Tribunal de Justiça e presidente da Assembleia Legislativa.