Anúncios ‘fake’ permitem roubo de dados e até dinheiro

André Santos
andre.vieira@hojeemdia.com.br
26/03/2021 às 20:24.
Atualizado em 05/12/2021 às 04:31
 (SXC)

(SXC)

Com o crescimento das operações do PIX em todo o país, começam a se multiplicar os golpes usando a nova ferramenta de pagamentos. Em um desses esquemas, aplicado inclusive em Belo Horizonte, estelionatários se apropriam de dados de vítimas, valendo-se de divulgações fraudulentos na Internet, abrem contas em bancos digitais, criam chaves PIX e movimentar os valores desviados com a fraude. 

O golpe funciona assim: o bandido copia dados de um imóvel ofertado em um site de locações por temporada. Com esses dados e fotos, inclusive dos proprietários, cria anúncio fake em outro aplicativo. Em seguida, ao fechar um suposto contrato de locação do referido imóvel, ainda se apropria dos dados do “locatário” para golpes futuros.

Com as informações das vítimas, o golpista abre contas em bancos digitais e cria chaves PIX. Assim, tem caminho livre para receber as quantias combinadas com os enganados. Em seguida, transfere o dinheiro para outra conta e fecha aquela que foi usada no golpe. Somente em um dos casos investigados pela Polícia Civil, na capital, pelo menos 10 pessoas foram lesadas, desde fevereiro.

Uma das pessoas prejudicadas é o empresário M.C., que descobriu-se envolvido pelo esquema ao receber reclamações de locadores de um sítio pertencente a ele ¬ obviamente, sem que ele soubesse. 

“Somos todos vítimas: a minha família que tem uma propriedade e até fotos nossas foram expostas e usadas ilegalmente pelo golpista. Pessoas que de boa-fé fecharam os contratos, pagaram uma parte acordada, mas acabaram sendo passadas para trás”, lamenta.

Para o especialista em Segurança em Informação Evandro Oliveira, é necessário ter muito cuidado antes de passar dados em qualquer transação financeira efetuada pela Internet. “Muitos desses falsários usam da honestidade das outras pessoas para aplicar os golpes. Além disso, valem-se do anonimato das redes para executar crimes”, explica.N/A 

Procurada pela reportagem do HD, a Federação Nacional dos Bancos (Febraban) informou em nota que as instituições estão constantemente aprimorando os sistemas de pagamento para evitar fraudes. 

A entidade informou que, desde setembro de 2020, está em operação o Laboratório de Segurança Cibernética, formado por equipes de vários bancos associados. “As instituições financeiras também lidarão com informações de histórico do cliente e outras de segurança do próprio ecossistema PIX para aprovarem as transações, como mensagens criptografadas, autenticação biométrica, tokenização e todos os meios disponíveis para segurança da transação. O PIX, assim como outros meios eletrônicos, tem transações integralmente rastreáveis”, diz o comunicado.


 

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