Após taxa de transmissão disparar em BH, Kalil se reúne com integrantes do comitê contra Covid

Marina Proton
mproton@hojeemdia.com.br
17/11/2020 às 18:54.
Atualizado em 27/10/2021 às 05:04
 (Divulgação/PBH)

(Divulgação/PBH)

Os números relacionados à Covid-19 continuam subindo em Belo Horizonte. Além disso, a taxa de transmissão do novo coronavírus, conhecido como Rt, também tem alcançado projeções alarmantes. Por este motivo, médicos integrantes do Comitê de Enfrentamento à doença se reuniram com o prefeito Alexandre Kalil (PSD) e com os secretários municipais de Saúde, Jackson Machado, e de Planejamento, André Reis, na tarde desta terça-feira (17). Em pauta, a preocupação para que esse aumento não ganhe contornos piores. 

De acordo com o boletim epidemiológico divulgado pela prefeitura, nessa segunda-feira (16) a cidade alcançou um alto índice, com Rt 1,13, o maior registrado em novembro. Nesta terça o número permaneceu alto, 1,12. Rt é o número médio de transmissão por infectado, ou seja, mostra que cada 100 contaminados transmitem o vírus, em média, para outras 113 pessoas. Quando o Rt está acima de 1,00, significa que o vírus está em uma escala crescente e, por isso, o indicador fica no nível amarelo de monitoramento da prefeitura. Divulgação/PBH

Não há, porém, fórmula mágica para que os casos diminuam e o índice volte a ficar menor que 1. É preciso que a população volte a se mobilizar e a se proteger de maneira adequada, com o uso da máscara, higiene das mãos e mantendo o distanciamento social. É o que explica o infectologista e integrante do comitê, Estêvão Urbano. “As pessoas precisam evitar qualquer tipo de aglomeração. Nós estamos vendo várias microepidemias dentro de festas, consultórios e escritórios, onde uma pessoa contamina várias em um único espaço porque não há respeito ao distanciamento. Principalmente em reuniões festivas”, disse. 

A “sensação de que a pandemia acabou” também foi pontuada pelo médico, que salientou ainda que a população pode acabar “jogando tudo por terra” em um momento próximo à disponibilização da vacina. “É o famoso perder o jogo aos 45 minutos do segundo tempo. Aquela sensação de que acabou porque os números diminuíram é errônea. Não podemos vacilar, senão pessoas vão morrer quase na beira da vacina”, afirmou. 

O boletim divulgado nesta terça também mostrou que a porcentagem do número de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) subiu de 31,8% para 33,5%, em relação à segunda-feira. A ocupação de leitos de enfermaria também foi mais alta, saltando de 29,8% para 30,7%. Em relação também aos aumentos, Urbano frisou a importância de retomar a consciência para que não seja preciso tomar novas medidas mais rígidas de segurança. “Se os números aumentam hoje, significa que amanhã teremos UTIs mais cheias e a mortalidade aumentando. E, aumentando, vai ter mais rigidez. Porque precisamos proteger a vida das pessoas. Nós temos uma escadinha de medidas e todas elas serão tomadas, se necessário, no seu tempo. Com objetivo de evitar as mortes desnecessárias”, comentou. 

“Não saímos da primeira onda”

Uma segunda onda de contaminação em Belo Horizonte foi descartada pelo infectologista. Isso, porque, segundo ele, a cidade, assim como o Brasil, ainda não saiu da primeira onda. “É preciso retomar a consciência das pessoas. O entendimento de que é preciso dar um último gás. Estamos vendo esse avanço no mundo todo. É preciso frisar que não estamos em uma segunda onda no Brasil. A verdade é que nós nem saímos da primeira”, finalizou Urbano, que ainda pediu que a população volte “para a guerra” no combate à Covid-19.

Covid-19 em números

De acordo com o boletim, a cidade confirmou mais 300 casos nas últimas 24 horas e contabiliza 51.994 infectados ao todo nesta terça. A cidade também registrou mais 14 mortes pela doença e chegou a 1.580 vidas perdidas por causa do novo coronavírus. 

São 47.571 pessoas recuperadas e 2.343 em acompanhamento. 

Kalil descarta fechar a cidade

No último domingo, após confirmação da reeleição para a Prefeitura de Belo Horizonte, o prefeito Alexandre Kalil comentou sobre os baixos índices de ocupação dos leitos reservados para o coronavírus e afirmou que não há planos para fechamento da cidade inicialmente. 

“Que Deus nos ilumine e que a gente não tenha que fazer nada. Não há nenhum plano de fechamento da cidade, isso não passa pela cabeça de nenhum de nós nesse momento. Obviamente se vier uma onda arrasadora, eu vou tomar as medidas que tenho que tomar. Isso eu não tenho medo”, concluiu. 

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