Após pressão, Geddel pede demissão da Secretaria de Governo; veja vídeo com análise

Da Redação
Hoje em Dia - Belo Horizonte
25/11/2016 às 11:12.
Atualizado em 15/11/2021 às 21:48

O ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, entregou na manhã desta sexta-feira (25) uma carta de demissão ao presidente Michel Temer, após ser acusado de fazer pressão ao ex-titular da Cultura para liberar uma obra em Salvador.

De acordo com a assessoria da do Palácio do Planalto, o presidente Michel Temer aceitou o pedido de Geddel, que era responsável pela articulação política do governo federal com o Congresso Nacional.

Veja a carta:Reprodução 


Todo o barulho provocado pela denúncia chegou ao gabinete presidencial na quinta (24) quando veio à tona o teor do depoimento prestado nesta semana pelo ex-ministro da Cultura Marcelo Calero à Polícia Federal (PF).

Dias antes de deixar o governo, o ex-ministro da Cultura Marcelo Calero gravou conversas com o presidente Michel Temer, com o ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, e com o chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha.

Para que as gravações sejam periciadas e analisadas pela Polícia Federal (PF) é preciso que o Supremo Tribunal Federal (STF) autorize a abertura de investigação.

Confira vídeo com análise de Amália Goulart, editora do caderno Primeiro Plano:



​No depoimento à PF, Calero narrou ter recebido pressão de vários ministros para que convencesse o Iphan a voltar atrás na decisão de barrar o empreendimento La Vue, onde Geddel diz ter adquirido um apartamento, nos arredores de uma área tombada de Salvador.

Em 6 de novembro, Calero afirmou ter recebido "a mais contundente das ligações" de Geddel. No telefonema, o ministro da Secretaria de Governo deixou claro "que não gostaria de ser surpreendido com qualquer decisão que pudesse contrariar seus interesses".

Na versão do ex-ministro da Cultura, Geddel disse, "de maneira muito arrogante", que, se fosse preciso, "pediria a cabeça" da presidente do Iphan, Katia Bogéa, e falaria até mesmo com Temer.

Calero contou à PF que tanto Padilha quanto Temer insistiram para que ele levasse o processo sobre o prédio à Advocacia-Geral da União. Relatou ainda sua contrariedade com as pressões e desabafou com Nara de Deus, chefe de gabinete de Temer, que teria ficado "estupefata".

Segundo Calero, a decisão de deixar o governo veio depois da conversa com Temer e quando o secretário de Assuntos Jurídicos da Casa Civil, Gustavo Rocha, telefonou para ele demonstrando a "insistência do presidente" em fazer com que ele interferisse "indevidamente" no processo, enviando os autos para a AGU. 

Leia mais:
Oposição vai protocolar pedido de impeachment de Temer na segunda-feira
'Demissão de Geddel é para proteger Temer', diz Lindbergh Farias
Temer passa por sua crise mais aguda após denúncia de Calero, diz NYT
Aécio defende que Calero seja investigado por gravar conversa com Temer
Planalto agora busca nome para substituir Geddel e tentar estancar a crise

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por