Área com desmate cresce 60% na Amazônia; 362 km²de florestas foram destruídos

Estadão Conteúdo
29/05/2015 às 09:09.
Atualizado em 17/11/2021 às 00:15
Mecanismos serão destinados a setores de “investimentos verdes”, como reflorestamento, agricultura de baixo carbono e resiliência climática (Reprodução/Internet)

Mecanismos serão destinados a setores de “investimentos verdes”, como reflorestamento, agricultura de baixo carbono e resiliência climática (Reprodução/Internet)

A Amazônia Legal teve 362 km² de florestas totalmente desmatadas entre fevereiro e abril de 2015, de acordo com dados do Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). A área equivale a quase 230 vezes à do Parque Ibirapuera, na zona sul de São Paulo.

No mesmo período, foram detectados 180 km² de florestas degradadas, que são áreas nas quais a floresta não foi totalmente suprimida, mas foi comprometida pelo fogo ou pela exploração excessiva. O total de áreas com alterações florestais no trimestre chegou a 542 km² - um aumento de 60% em relação aos 338 km² de alterações florestais detectadas no mesmo período em 2014.

Em fevereiro de 2015, as alterações foram observadas em 59 km². Em março, o número foi de 154 km² e em abril, 329 km². Segundo os dados do Deter, os Estados que mais desmataram entre fevereiro e abril de 2015 foram Mato Grosso, com 223,3 km², Pará, com 111 km², Roraima, com 95,1 km², Amazonas, com 43,6 km² e Rondônia, com 31,5 km².

Nesse período, o monitoramento não oficial do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), operado pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), detectou alterações em uma área cerca de 30% menor do que a indicada pelo Inpe. O SAD apontou alterações florestais de 91 km² em fevereiro, 73 km² em março e 212 km² em abril de 2015. O corte raso e a degradação teriam somado, portanto, 376 km². O SAD utiliza imagens do mesmo sensor e do mesmo satélite empregados pelo Deter, mas faz os cálculos usando metodologias diferentes.

No boletim, o Inpe destaca que os dados do Deter devem ser analisados em conjunto com a informação sobre a cobertura de nuvens, que afeta a observação por satélites. Em fevereiro, de acordo com o boletim, a cobertura de nuvens impediu a observação de 60% da floresta. Em março, 71% da floresta estava coberta por nuvens e, em abril, 67% da Amazônia tinham a superfície encoberta.

Considerando a resolução dos satélites e a variabilidade da cobertura de nuvens de um mês para o outro, o Inpe ressalta no boletim que não recomenda a comparação entre dados de diferentes meses e anos obtidos pelo sistema Deter.

Os dados oficiais de desmatamento são fornecidos anualmente pelo sistema Prodes, também operado pelo Inpe, que utiliza imagens de alta resolução. O Deter, por outro lado, usa imagens de resolução moderada.

Sua prioridade é a velocidade - e não a precisão -, já que o sistema é concebido para dar suporte à fiscalização de desmatamento e ações contra desmatadores ilegais, de acordo com as necessidades do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
http://www.estadao.com.br

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