Atenção ao miado: gatos dão pistas de que saúde não vai bem; redobre a atenção e proteja o pet

Patrícia Santos Dumont
pdumont@hojeemdia.com.br
05/07/2018 às 18:04.
Atualizado em 10/11/2021 às 01:13
 (Divulgação)

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Mudanças sutis no comportamento dos gatos podem sinalizar que a saúde do bichano não vai muito bem. Alterações no apetite e no peso, sede acentuada e xixis mais frequentes são pistas que ajudam a diagnosticar doenças típicas dos felinos.

Condutas adequadas à espécie – que se diferencia, e muito, dos cães – e visitas rotineiras ao veterinário também auxiliam na descoberta precoce de problemas e potencializam efeitos de tratamentos, até quando a doença não tem cura.Riva MoreiraPara manter a saúde de Logan, que tem FeLV, em dia, Mariana evita situações de estresse e baixa de imunidade

Caso da FeLV, cuja incidência é alta em Belo Horizonte. Transmitida pelo contato entre os gatos por meio da lambedura, a doença afeta o sistema imunológico do animal, que fica fragilizado e suscetível a infecções secundárias. Quanto mais cedo descoberta, melhor.

“Fico muito atenta a qualquer mudança no comportamento dele e a sinais de queda na imunidade. A ração também é da melhor qualidade”, conta a universitária Mariana Diniz Maciel, de 28 anos, que não descuida de Logan, de 1 ano e 9 meses. Em março de 2017, o gatinho foi diagnosticado como portador do vírus da leucemia felina.

Gato é gato

Especialista em clínica médica de felinos, a veterinária Priscila Malta Jácome reforça que tratar “gatos como gatos” está longe de ser um conselho óbvio. “Cães e gatos são espécies diferentes, com cuidados, necessidades e abordagens, em algumas situações, inclusive opostas”, frisa.

Nada de deixar o pet passear na rua e ter contato com animais desconhecidos, por exemplo. Esse tipo de comportamento pode expor o bichano não só a brigas – principal forma de contaminação por FIV, vírus da Aids felina – , mas deixá-lo suscetível a outra grave infecção de pele, uma zoonose, a esporotricose, que é transmitida ao homem. 

“As desvantagens de um gato ter acesso à rua são enormes. Eles não gostam de sair. Precisam é de um ambiente ideal, enriquecido com prateleiras, verticalizado”, explica a especialista em felinos Fabiana Luiza Lima Goulart Torres, da clínica Gato Leão Dourado, em Belo Horizonte.Arquivo Pessoal

Além de monitorar a alimentação de Virgílio, o dono dele, Brian, aplica injeções de insulina para controlar o diabetes; excesso de peso desencadeou a doença


Ganho de peso

Desencadeado principalmente pelo ganho de peso, o diabetes é outra enfermidade comum em gatos e que pode ser evitada pelos donos. Basta ficar de olho no que o pet consome e priorizar rações de boa qualidade. 

É o que faz, hoje, o analista de sistemas Brian Luppi Pimentel, de 31 anos. Ele cuida de Virgílio, de 9, que tem a doença. “Fui descuidado com a alimentação. Oferecia rações mais baratas e em quantidade maior, temendo que não fosse suficiente para ele e a Cassandra (a gata da casa). Com isso, engordou muito”. 

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 Diagnóstico precoce potencializa tratamento de doença renal

Sinais sutis como aumento da ingestão de água e da produção de xixi podem até passar despercebidos para tutores de gatos, mas denotam um problema sério e muito comum a felinos: a Doença Renal Crônica (DRC). Caracterizada pelo funcionamento deficitário dos rins e sem cura deve ser diagnosticada o mais cedo possível para que o tratamento seja eficaz. 

Especialista em felinos, a médica veterinária Fabiana Torres, da clínica Gato Leão Dourado, chama atenção ainda para alterações no apetite do animal. A dica dela, além de ficar de olho nos hábitos do pet, é acostumá-lo desde novinho a ingerir alimentos pastosos e muito líquido. 

“É preciso derrubar o mito de que sachê engorda e de que deve ser oferecido só como petisco. Gatos precisam consumir alimentos úmidos diariamente desde pequenos”, alerta.

Mais água

Na DRC, os rins do gato vão perdendo a capacidade de filtragem, levando ao acúmulo de compostos químicos no organismo, explica a veterinária Karin Botteon, coordenadora técnica da Boehringer Ingelheim Saúde Animal. 

Ela reforça que, embora o avanço da idade possa ser causa da doença, assim como infecções, câncer e cálculo renal, um dos principais fatores que levam à instalação do quadro é a hidratação deficiente. 

Para estimular a ingestão de água, a veterinária Priscila Malta Jácome aconselha aumentar o número de bebedouros disponíveis, diversificar o tamanho dos vasilhames, optando, sempre que possível, por materiais como louça, vidro e plástico, e manter a água sempre fresca. 

“Gatos gostam muito de água em movimento, pois mimetiza a caça. Logo, as fontes são ótimas alternativas”, completa a especialista em clínica médica de felinos e fisiatria.

Embora a doença não tenha cura, o tratamento iniciado precocemente pode assegurar boa qualidade de vida ao animal doente. Quanto mais cedo o problema renal for descoberto, maior é também a expectativa de vida do paciente. 

Gatos das raças persa, exótico e britsh shorthair podem apresentar sintomas da Doença Renal Crônica quando ainda jovens.

Embora seja uma zoonose – doença transmitida do animal para o homem –, a esporotricose, que provoca feridas na pele, tem tratamento e cura; não havendo, portanto, indicação de eutanásia para animais doentes

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