Ato na Paulista tem agressões e secretário de Estado expulso

Estadão Conteúdo
17/03/2016 às 18:38.
Atualizado em 16/11/2021 às 01:50

O protesto da Avenida Paulista pela renúncia da presidente Dilma Rousseff (PT) e contra o ex-presidente Lula teve briga entre manifestantes favoráveis à mesma causa, agressões contra um adolescente de 17 anos que disse "não vai ter golpe", gás de pimenta e hostilidade contra o secretário estadual de Segurança Pública, Alexandre de Moraes, que precisou fugir escoltado do local sob vaias e gritos de "ladrão".

O primeiro caso aconteceu por volta das 12h. Um rapaz vestido de vermelho foi perseguido e chutado por um grupo que gritava "comunista" e "petista" contra ele. Um manifestante e a namorada tentaram acalmar os ânimos e um outro ativista agrediu o casal.

Houve briga e a PM precisou retirar o homem e a mulher do local dentro de viaturas da polícia. O caso aconteceu em frente ao secretário Moraes que deu uma coletiva de imprensa na esquina da avenida com a Rua Pamplona.

Ele explicava que não houve diferenciação da pasta com os atos organizados pelo Movimento Passe Livre (MPL) e os contra o governo Federal e que o cenário era "absolutamente pacífico". Ao ser questionado por uma repórter sobre a briga, ele criticou a jornalista. "O que você está dizendo é de um  sensacionalismo que eu diria ridículo. Basta ver que está absolutamente tranquilo". Em seguida, o secretário começou a ser insultado por manifestantes. Ele foi chamado de "ladrão" e também de "fascista". A PM e a segurança pessoal dele precisaram escoltar Moraes. No domingo, na mesma esquina, o  Governador Geraldo Alckmin e o senador Aécio Neves (PSDB), também precisaram fugir do local após serem hostilizados pela população. Um homem tentou jogar uma bandeira nele, mas um dos guardas o puxou pelo colarinho.

Já por volta das 16h o estudante Vitor Basílio Pereira, de 16 anos, foi espancado, cercado e quase linchado pela população que ocupava a Paulista. De acordo com ele, tudo começou após ele ter falado "não vai ter golpe" ao cruzar o viário. A PM demorou para intervir e usou gás de pimenta. Enquanto os  policiais escoltavam Pereira, manifestantes conseguiram atingir o jovem. "Eu estou expressando a minha opinião e não posso. Fui agredido. E não vai ter golpe outra vez", disse, pouco antes de ser abrigado dentro de um estacionamento da Alameda Santos. Os três casos terminaram sem a prisão dos agressores.

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