Áurea Carolina (PSOL) defende agenda de transformação para enfrentar desigualdade social na capital

Rodrigo Gini
Hoje em Dia - Belo Horizonte
06/10/2020 às 14:33.
Atualizado em 27/10/2021 às 04:43
 (Reprodução/Instagram)

(Reprodução/Instagram)

Mãe do Jorge, criada no Bairro João Pinheiro, com formação nos movimentos populares, especialmente de igualdade social e direitos das mulheres. Assim se apresenta ao eleitor a deputada federal Áurea Carolina, candidata do PSOL à Prefeitura de Belo Horizonte. Primeira entrevistada na série de lives do Hoje em Dia com os postulantes à PBH, ela falou de suas propostas e da visão que tem da capital mineira, a partir da experiência de dois anos como vereadora (mais votada, em 2016) e agora na Câmara dos Deputados.

 Áurea destacou que sua prioridade é uma agenda de transformação a partir do enfrentamento das desigualdades sociais e econômicas na capital. O foco é nos pequenos empreendedores e no favorecimento à criação de novos negócios, especialmente nas regiões periféricas da capital. "A questão econômica é prioritária, porque a recuperação econômica vai dar condições de as pessoas sobreviverem e superarem esse momento com o mínimo de dignidade. Temos um programa para simplificar o acesso de todas as pessoas que querem empreender, com menos burocracia, e também favorecer os pequenos comércios na periferia, apoiar os que querem empreender nos territórios, porque isso traz um ganho na mobilidade urbana, na qualidade de vida e na saúde".

Ela propõe um programa de renda solidária, para que nenhuma família receba menos de R$ 600. "Hoje as pessoas têm que escolher se pagam uma conta ou se põem a comida na mesa. O custo no orçamento da PBH será da ordem de 2%, e isso pode ser obtido com um ajuste na arrecadação da cidade, para que as pessoas mais ricas paguem um pouco mais. É preciso corrigir distorções no Imposto sobre Serviços e deixar de ter gastos desnecessários, como a publicidade governamental", destacou.

Outra proposta é uma política de geração de moradias para a população em situação de rua, a partir do aproveitamento de imóveis ociosos em regiões como o Centro de BH. "Também pretendemos fortalecer a política de assistência social a essa população em condição mais vulnerável".

Sobre o problema crescente com as inundações, a candidata defende uma mudança no modelo usado desde a criação de Belo Horizonte, que levou à canalização de cursos d'água. "Temos que rever o modelo que prevaleceu desde a fundação de BH, com a canalização dos córregos. Esse modelo de sair concretando tudo e cimentando tudo deu no que deu. Ao invés de continuar investindo nesse modelo que só deu errado, temos que modificar esse cenário. Nossa política para enfrentar as enchentes é criar áreas de captação de água por toda a cidade, para evitar seu acúmulo. Valorizar os parques e áreas verdes, tornar a cidade mais permeável. Não precisamos fazer grandes obras".

Ela criticou ainda o atual sistema de operação dos ônibus na capital: "Os governos federal e estadual querem privatizar o Metrô de BH, e nós sabemos no que vai dar. A maior parceria público-privada de BH é a dos ônibus. Na pandemia os empresários do setor fizeram o que quiseram, reduziram os horários, provocaram aglomerações, foram multados e não pagaram um centavo. Vamos devolver a política de transporte coletivo para as mãos da população de BH".

As lives com os candidatos à Prefeitura de Belo Horizonte prosseguem nesta quarta-feira, com o deputado estadual Bruno Engler (PRTB). Confira a sequência: 

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