(Roosewelt Pinheiro/ABr)
Mesmo após o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) ter mantido, na última terça-feira, a condenação a 20 anos e um mês de prisão, no processo conhecido como “Mensalão Tucano”, o ex-governador Eduardo Azeredo mantém a esperança de reverter o quadro, e, segundo ele, provar sua inocência.
O ex-senador é acusado de desvio de recursos para a campanha eleitoral em 1998, quando concorreu à reeleição ao governo do Estado.
Enquanto aguarda a defesa apresentar os recursos, Azeredo afirmou ao Hoje em Dia, que não concorda com o resultado do julgamento, sob o argumento de que não há embasamento para a decisão do Tribunal.
“Considero que foi injusta a condenação. O resultado (do julgamento) de 3 a 2, mostra que não é uma questão clara, nem mesmo para a Justiça. Não existe nenhuma prova contundente, nem documental, nem testemunhal contra mim”.
Para o ex-governador, os recentes escândalos de corrupção envolvendo políticos em todo o país é outro fator que vem influenciando no entendimento dos magistrados sobre o seu processo.
“Os imbróglios no julgamento e a manutenção da condenação são mais um fruto dessa confusão do país, desse cenário político conturbado”, diz.
Temor de ser preso
O insucesso no julgamento do recurso em segunda instância, apreciado na última semana foi mais um baque para Azeredo.
Os advogados do ex-governador tem até a próxima segunda-feira para apresentar mais um recurso, e tem a opção de pedir embargos declaratórios no próprio Tribunal, que, apesar de dar mais tempo à defesa, não tem a prerrogativa de reverter a condenação.
O ex-governador também pode apresentar recursos em tribunais superiores.
Em relação ao imbróglio judicial, que se arrasta desde 2015, quando foi condenado em primeira instância, e a possibilidade de ser preso, Azeredo admite o incômodo, mas afirma que ainda crê em um desfecho positivo para o caso.
“Vamos aguardar. Evidentemente que estou triste, mas estou otimista em relação aos próximos passos do processo”.
Mais um
Azeredo foi o primeiro réu a ser condenado pelo mensalão tucano. Na semana passada, Eduardo Guedes, ex-secretário-adjunto de Comunicação do governo de Minas na época de Azeredo, também foi julgado e condenado, em primeira instância. Ele recebeu pena de 17 anos de reclusão. A defesa de Guedes informou que opôs embargos de declaração à sentença. Os advogados sustentam que o adjunto não era titular da pasta e não tinha autonomia para liberar recursos.