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Quinta-Feira,25 de Abril

Brasil bate recorde de medalhas, mas precisa melhorar rumo a 2016

AFP
12/08/2012 às 21:07.
Atualizado em 22/11/2021 às 00:24

  LONDRES - Os atletas brasileiros encerraram os Jogos de Londres com o maior número de medalhas da sua história, subindo 17 vezes nos pódios olímpicos, mas decepcionaram em alguns esportes, deixando claro a necessidade de melhoras para fazer bonito em casa, no Rio de Janeiro, em 2016.   Um dos aspectos que deixaram um sabor um pouco amargo foi o fato de atletas que eram cotados para o ouro, como César Cielo, Leandro Guilheiro ou os jogadores da seleção de futebol masculino de Neymar e companhia, por exemplo, não conseguirem conquistar o título.   Desta forma, o Brasil ficou apenas com três medalhas de ouro, abaixo das cinco conquistadas em Atenas-2004, o que o posicionou na 22ª posição do quadro de medalhas, que leva em conta os títulos em primeiro lugar.   No entanto, a meta oficial do Comitê Olímpico Brasileiro para 2016 é baseada em outro cálculo, que soma somente o número total de medalhas. O objetivo é chegar entre os dois primeiros no Rio de Janeiro. Com os 17 pódios de Londres, o Brasil ficou em 14º, empatado com Espanha e Hungria.   "Alcançamos a meta inicial, que era de obter em torno de quinze medalhas, conseguimos até um pouco mais. Queríamos ter metas maiores e alcançá-las mas fomos realistas. É lógico que poderia ter sido mais, mas saímos de Londres felizes e com a sensação de dever cumprido. O Brasil teve a melhor preparação da sua história para estes Jogos", avaliou Marcus Vinícius Freire, superintendente executivo de esportes do COB.   Um dos pontos positivos desses Jogos de Londres foi o fato de ver brilhar atletas jovens, que devem chegar no auge da sua forma em 2016.   Foi o caso dos dois medalhistas olímpicos em esportes individuais, a judoca Sarah Menezes e o ginasta Arthur Zanetti, ambos com 22 anos.   O esporte que deu o maior salto de qualidade foi o boxe, que levou três medalhas, uma de prata com Esquiva Falcão, e duas de bronze para seu irmão Yamaguchi e para Adriana Araújo, na estreia do boxe feminino nos Jogos.   Antes deles, o Brasil tinha subido apenas uma vez na modalidade, com o bronze de Servílio de Oliveira na Cidade do México, em 1968.   Esquiva aproveitou esse sucesso para pedir mais apoio ao boxe brasileiro, que conta com poucos recursos em relação a esportes com mais projeção no país.   "O futebol ganhou uma medalha de prata em Londres. No boxe, ganhamos uma prata e dos bronzes. O Centro de treinamento do futebol vale milhões, enquanto temos dificuldades para treinar. Acho que os patrocinadores deveriam olhar mais para o boxe porque pode dar mais resultados em 2016", desabafou o pugilista.   Outro aviso em relação à necessidade de investimentos para 2016 veio de Marcos Goto, treinador de Arthur Zanetti, ouro nas argolas.   "Queremos que o país inteiro apóie mais o esporte como um todo. Falta patrocínio, infraestrutura, aparelhagem... Se fala muito em 2016, mas você não constrói um atleta apenas em quatro anos. Trabalho com Arthur desde que ele tem oito anos de idade", avisou.   Em termos de resultados, o que preocupa foi o desempenho fraco na natação e no atletismo, modalidades tradicionalmente mais aguardadas, que fazem a lenda dos Jogos Olímpicos.   Na natação, César Cielo, grande favorito ao ouro nos 50 m livre, decepcionou ao ficar apenas com o bronze. A prata de Thiago Pereira foi uma grata surpresa, mas os nadadores brasileiros se classificaram apenas para cinco finais, uma a menos do que em Pequim-2008.   No atletismo, foi pior ainda. O Brasil não conquistou uma medalha sequer nas pistas, o que não acontecia desde Barcelona-1992. Fabiana Murer, campeã mundial em Daegu-2008, e Maurren Maggi, campeã Olímpica em Pequim, nem se classificaram para as finais.   Na vela, modalidade que antes dos Jogos de Londres era responsável pelo maior número de medalhas do Brasil (16), ficou apenas o bronze de Robert Scheidt e Bruno Prada, que eram favoritos ao ouro, e foram ultrapassados pelo vôlei, que repetiu o resultado de Pequim, com o ouro no feminino e a prata no masculino.   O vôlei de praia obteve duas medalhas (prata com Alison e Emanuel, bronze com Larissa e Juliana), mas o resultado foi abaixo do esperado, já que ambas as duplas eram cotadas para o título.    O judô fez bonito ao superar seu recorde de medalhas em uma única edição com quatro pódios (um ouro e três bronzes), mas muitos observadores apontaram que a equipe era muito talentosa e tinha potencial para fazer melhor ainda.   Nos tatames, o feminino superou o masculino pela primeira vez, com o primeiro ouro da história para uma judoca brasileira, conquistado por Sarah Menezes, que deu alegria ao país já no primeiro dia de competição destes Jogos.   Nenhuma judoca da seleção brasileira que esteve em Londres tinha acima de 26 anos, o que dá ótimas perspectivas para 2016.   O presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman, assegurou que a entidade tentará ampliar o número de modalidades com chances de medalhas para o Rio de Janeiro. "O trabalho para 2016 já começou. Trabalhamos em conjunto com as confederações e com o ministério do Esporte para oferecer as melhores condições aos nossos atletas", disse o dirigente.   Com os olhos do mundo voltados para o Rio de Janeiro, o Brasil precisa mostrar que não é apenas o país do futebol.

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