Brasil tem posição incômoda em relação a investimentos

Hoje em Dia
Publicado em 17/11/2013 às 08:22.Atualizado em 20/11/2021 às 14:12.
Minas está em sétimo lugar, entre todos os estados, nos investimentos em infraestrutura, públicos e privados, previstos para o Brasil até 2018. Nos estados da região Sudeste, encontra-se em último lugar, conforme pesquisa divulgada quarta-feira passada pelo Hoje em Dia. Comentando essa incômoda posição para um Estado que tem a segunda maior população do país e o terceiro maior Produto Interno Bruto, o governador Antonio Anastasia procurou culpar o governo federal. 
 
Segundo ele, há um conjunto de grandes obras do governo federal e de concessões “que não saem”. Citou o aeroporto de Confins, cujo leilão de concessão está marcado para o próximo dia 22, e a privatização de duas rodovias federais: BR-040 e BR-381. “Esperamos que isso avance e que assim esse ranking melhore”, disse.  
 
Essas concessões, porém, dificilmente vão colocar o Estado na posição de destaque que os 20 milhões de mineiros merecem. A pesquisa da Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração (Sobratema), comentada por Anastasia, mostra que os investimentos em infraestrutura anunciados para Minas no período de 2013 a 2018 somam R$ 57,9 bilhões. O valor equivale a menos de 5% do previsto para o país, de quase R$ 1,2 trilhão. 
Minas está bem atrás de São Paulo, com R$ 144,8 bilhões, e do Rio de Janeiro, com R$ 136,3 bilhões. O terceiro lugar, que seria uma posição razoável, pois nosso Estado não possui um litoral abençoado pelo petróleo do pré-sal, foi ocupado no ranking pelo Pará, com investimentos previstos em R$ 87,6 bilhões. 
Ficará difícil ultrapassar até o Ceará (R$ 80,1 bilhões) e o Espírito Santo (R$ 78,4 bilhões). Mas não o Maranhão, cujos investimentos são maiores que os de Minas em apenas R$ 1,7 bilhão. 
 
Não é por desnecessidade de obras de infraestrutura que o Estado fica mal no ranking. Nossas ferrovias estão saturadas, enquanto cresce a demanda pelo transporte de minérios.
 
A malha rodoviária dá sinais de abandono. A capital reclama investimentos no metrô, no rodoanel e no ferroanel. 
 
Em obras de saneamento, segundo a pesquisa, são estimados investimentos de R$ 4,5 bilhões. São insuficientes, mas há ainda este problema: centenas de cidades mineiras deixarão de receber, em 2014, recursos do plano federal de saneamento, porque não fizeram os planos municipais que deveriam estar prontos até o fim deste ano. 
 
Pesquisa da Associação Brasileira de Agências de Regulação, abrangendo 629 municípios mineiros, verificou que apenas 152 fizeram tal plano, cujo custo é de R$ 150 mil, para cidades com até 10 mil habitantes. 
 
Os prefeitos alegam que não têm dinheiro para custear o plano. Não há possibilidade de o Estado e a União ajudarem, começando pela conscientização da importância do saneamento básico para a população? Ou é mais fácil transferir responsabilidades? 
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