
Um dia após ser preso por supostamente desviar de R$ 30 milhões da Câmara Municipal de Belo Horizonte, Wellington Magalhães (PSDC) foi afastado do cargo de vereador. A decisão foi publicada no Diário Oficial do Município (DOM) na edição desta quinta-feira (26).
Mesmo confirmada da suspensão, o parlamentar continua recebendo salário mensal de R$ 16 mil, brutos, valor que só deixaria de ser pago com a perda do mandato. Magalhães só perde o cargo caso haja uma condenação com trânsito em julgado – quando não há mais chance de recursos – ou sofra um processo de cassação no Legislativo municipal. Já os funcionários do gabinete dele deixam de trabalhar na Câmara e não tem remuneração.
Quem assume a vaga é o então suplente Dimas da Ambulância (Podemos). A posse, conforme a CMBH, está marcada para às 16h30 desta sexta-feira, no plenário da Casa.
Prisão
Magalhães se entregou em uma delegacia na Região Centro-Sul da capital mineira na noite terça-feira (24), após ficar foragido por uma semana. O parlamentar suspenso não tem diploma de curso superior, conforme informação dada à Justiça Eleitoral nas últimas eleições, mas está em uma cela especial na penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
A Secretaria de Estado de Administração Prisional (Seap) informou que Magalhães está em uma cela especial destinada a autoridades políticas e presos com curso superior. O espaço seria igual ao destinado aos outros detentos. Com a permanência nele, porém, o vereador “não irá se misturar com os demais presos”, explicou a Seap.
O advogado Leonardo Salles, que representa o parlamentar, não foi encontrado pela reportagem para comentar a prisão.
Investigações
O político é investigado em 45 inquéritos do Ministério Público, um deles por tráfico de drogas. Do total de 45 processos em que o vereador é investigado, apenas dois deram origem a pedido de prisão, fruto da operação “Sordium Publicae”, deflagrada na última quarta-feira. Conforme o Ministério Público, foram desviados R$ 30 milhões em contratos de publicidade na Câmara enquanto Magalhães esteve à frente da presidência da Casa.
A Justiça autorizou a prisão de oito pessoas, incluindo a esposa do vereador. Ela chegou a ser presa, mas já deixou a prisão. Ex-superintendente de comunicação da Câmara, o jornalista Márcio Fagundes permanece detido no Ceresp.
*Com colaboração de Cinthya Oliveira