Caos na economia: pandemia de coronavírus derruba confiança do empresário

Da Redação
primeiroplano@hojeemdia.com.br
16/04/2020 às 20:52.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:18
Índice marca 50 pontos no mês, revelando neutralidade, e incerteza quanto ao novo governo influencia no resultado

 (Arquivo/Amanda Oliveira/GovBA)

Índice marca 50 pontos no mês, revelando neutralidade, e incerteza quanto ao novo governo influencia no resultado (Arquivo/Amanda Oliveira/GovBA)

A pandemia do novo coronavírus, que chegou ao país em março, gerou graus de incerteza e de descrença inéditos na economia. Segundo pesquisa divulgada esta semana pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pela Federação das Indústrias do Estado (Fiemg), o Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei), por exemplo, registrou queda recorde de 25,8 pontos no país, atingindo os 34,5 pontos, numa escala de 0 a 100.

Foi o menor patamar e a maior baixa da série histórica, iniciada em 2010. O índice também já havia tido retração em fevereiro e março; o recuo acumulado foi de 30,8 pontos. 

Em Minas, o cenário foi ainda pior: o Icei saiu de 60,2 pontos em março para 33,4 pontos em abril. A queda, de 26,8 pontos no período, também foi a maior já registrada na série histórica mensal. Quanto mais abaixo dos 50 pontos, pior é considerado o Icei. 

Outro balizador importante, o Indicador de Incerteza da Economia (IIE), medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), teve alta de 44,5 pontos na prévia de abril, no país, e chegou a 211,6 pontos, maior nível da história. O recorde anterior (136,8 pontos) fora registrado em setembro de 2015, de acordo com a FGV.

Para Daniela Muniz, analista de estudos econômicos da Fiemg, os resultados refletem tanto o impacto da crise epidemiológica, causada pela chegada do novo coronavírus, quanto as medidas de distanciamento social adotadas justamente para tentar conter a pandemia.
“O que se percebe é a redução brusca tanto da oferta quanto da demanda por bens e serviços, acompanhada da diminuição drástica da renda e do crescimento da incertezas”, diz. “Com a baixa de confiança, há limitação dos recursos financeiros, empresários postergam investimentos, e a tendência é que a demanda siga caindo, até pela necessidade de que se evite o contato físico entre as pessoas”, acrescenta.

Outra má notícia, segundo Daniela, é que não é possível sequer projetar a superação dos problemas . “Não se sabe quanto tempo a crise vai durar, por quanto tempo teremos o distanciamentos social. Fica difícil prever o que vai ocorrer no futuro próximo: o futuro próximo, aliás, está mais difícil de prever do que o de longo prazo”, ressalta.

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