Casa no Santa Lúcia está por um triz de ser completamente devastada pela lama

Patricia Santos Dumont
pdumont@hojeemdia.com.br | @patriciafsdumont
Publicado em 29/01/2020 às 13:05.Atualizado em 27/10/2021 às 02:28.
 (Divulgação)
(Divulgação)

Há quatro décadas, Madga Lúcia Parreiras, de 71 anos, vive no mesmo endereço: uma casa na rua Netuno, no bairro Santa Lúcia, zona Sul de Belo Horizonte. Depois de tantos anos, na noite dessa terça-feira (28), a pedagoga vivenciou o medo de ter a residência inundada pela chuva e o pavor de perder tudo o que conquistou ao longo da vida. O imóvel onde mora, atrás do Ponteio Lar Shopping, está por um triz de ser completamente devastado pela lama acumulada no quintal.

No início da tarde, o Corpo de Bombeiros esteve no local e recomendou que a família deixe o imóvel, em função de risco, iminente de uma tragédia maior.

"Um letreiro, que fica próximo ao shopping, foi derrubado e arrastou com ele vários eucaliptos. São as árvores que estão segurando a lama e o muro de arrimo construído pelo meu pai há anos. Se elas se moverem, vai ser como a barragem de Brumadinho. A lama vai tomar conta de tudo", descreveu a filha da moradora, Raquel Parreiras, 36 anos, que viveu no local até 2016.

Ela, o irmão, a cunhada e uma tia estão, desde as primeiras horas da manhã desta quarta-feira (29), num mutirão para salvar pertences importantes da família, como documentos, e recolher algumas poucas peças de roupa. "Perdemos tudo. Os móveis são de madeira e, agora, estão todos encharcados", lamentou a dentista. Ela precisou pedir dispensa do trabalho para socorrer a mãe.

Chuva em BH bairro Santa Lúcia

Letreiro na avenida Nossa Senhora do Carmo caiu, levando abaixo eucaliptos, barrados por um muro de arrimo

Para se ter uma dimensão do estrago provocado na vizinhança, a máquina de lavar da residência foi carregada pela enxurrada rua abaixo. "Nem sabemos onde está", acrescentou Raquel.

A sensação descrita por ela e pela mãe, que tem problemas de saúde e vive sozinha no imóvel, é de vazio. "A casa vai além do bem material. Crescemos aqui. Minha mãe cuida de tudo sozinha, nunca teve ajudante. É um vazio enorme. Mas o mais importante, agora, é preservar nossas vidas. Depois, vamos ver o que aconteceu e buscar soluções".

Confira galeria de imagens do imóvel:

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por