Após várias viagens internacionais e a experiência de enviar uma filha para estudar no exterior, André Valle e Marcelle Cardoso resolveram abrir uma agência de intercâmbio em Belo Horizonte. Com investimento inicial de R$ 150 mil, o casal inaugurou neste mês uma franquia da Global Study, a primeira da rede em Belo Horizonte. Mesmo com pouco tempo de operação, eles já conquistaram uma carteira de mais de cem clientes interessados em estudar fora do país.

A expectativa do casal é recuperar o investimento em seis meses. Além disso, revelam a intenção de abrir outras lojas na capital, caso os negócios continue avançando no ritmo atual.

Em franca ascensão, a Global Study, que opera desde 2007 e tem franquias em 14 países, aumentou seu faturamento em 150% no ano passado na comparação com 2014, passando de R$ 4 milhões para mais de R$ 10 milhões. E no primeiro semestre de 2016, a rede já havia alcançado 65% do faturamento do ano passado.

“Buscamos ofertar todos os destinos para todas as faixas de renda que desejam fazer intercâmbio. Mesmo em crise, a procura por uma oportunidade de estudo e emprego no exterior continua”, explica Marcelle Cardoso.

Crescimento
O mercado de viagens por intercâmbio cresceu vigorosamente no país nos últimos dez anos. Em 2005, 54 mil estudantes embarcaram para o exterior para aprimorar os estudos. Em 2015, o número saltou para 220 mil, um crescimento de 40,7%, segundo dados da Brazilian Educational & Language Travel Association (Belta), que reúne diversas agências de cursos, estágios e intercâmbio no exterior e também no Brasil. Até o fim deste ano, a expectativa da Belta é que haja um crescimento entre 7% a 10% no envio de brasileiros ao exterior por meio de intercâmbio.

Para André Valle, o que torna mais atrativo a busca por estudos no exterior é o preço do intercâmbio. Uma viagem com duração entre três e seis meses pode custar de R$ 10 mil a R$ 30 mil. O planejamento com antecedência é o que garante que cada vez mais pessoas queiram estudar fora, principalmente para aprender inglês.

Valle estima que apenas cerca de 3% a 5% dos brasileiros têm fluência na língua inglesa. E, ao contrário do que muita gente pensa, o destino que está em alta é o Canadá. “Por causa das oscilações do dólar, o Canadá se torna um destino mais atraente que os Estados Unidos, e é o mais procurado para quem busca aprender o inglês fora. Na sequência estão a Austrália e a Irlanda”, diz.