A Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL) projeta um prejuízo de R$ 976 milhões para o comércio da capital, em 2017, com os 12 feriados que cairão em dias úteis. De acordo com a entidade, em apenas um dia de feriado o comércio deixa de faturar, em média, R$ 64,26 milhões.
Segundo Marco Antônio Gaspar, vice-presidente da CDL-BH, o prejuízo registrado em BH neste ano com os feriados não será muito diferente do estimado para 2017, devendo chegar a um valor próximo ao previsto.
O temor, no entanto, é que as perdas sejam ainda maiores no próximo ano, já que quatro dos feriados de 2017 cairão em quintas-feiras, criando recessos prolongados e interrompendo o fluxo do comércio às sextas-feiras e sábados.
“Sabemos que Belo Horizonte é uma cidade administrativa, com muitos funcionários públicos. Com o ponto facultativo nas repartições, as pessoas acabam viajando”, observa Marco Antônio Gaspar.
Em 2017, dois feriados na capital cairão na segunda-feira, outros dois na terça, e três na sexta-feira. Um será na quarta e outro, num domingo.
“Um dos piores feriados para a gente é o 12 de outubro, que é no começo do mês e, na maior parte das vezes, acaba envolvendo recesso escolar de uma semana e muitas famílias viajam”, reclama o comerciante Rafael Rocha, da Total Calçados, que possui duas lojas no Centro de BH e uma em Ribeirão das Neves, e está há 30 anos no mercado.
Carnaval
Mesmo com o crescimento do Carnaval de rua na cidade nos últimos anos, no período, o prejuízo poderá chegar aos R$ 154 milhões, de acordo com a perspectiva da CDL-BH.
“No Carnaval, o comércio em geral tem prejuízos, bares e restaurantes, não. Temos estudando com o Sindicato dos Comerciários a possibilidade de abrirmos as lojas na segunda-feira, dado o crescimento do evento no Centro da capital, com as pessoas permanecendo em BH durante a festa”, destaca Marco Antônio Gaspar.
Dessa maneira, para os próximos anos, a proposta da CDL-BH é poder utilizar o feriado para fomentar o setor de compras.
Cortes
Para o dirigente da entidade, uma alternativa que precisa ser considerada, em nível nacional, é antecipar parte dos feriados que ocorrem durante a semana (entre terças e quintas) para as segundas, acabando com os feriadões. Um Projeto de Lei sobre o assunto (PL 389/2016) tramita no Senado.
O comerciante Rafael Rocha é mais duro. “O Brasil é um país laico, é necessário cortarmos os feriados religiosos, deixando só o Natal, que é uma data de confraternização universal”.