Cenário sombrio, criado no ‘Túnel da Droga’, serve de alerta para crianças e adolescentes

Carlos Calaes - Do Hoje em Dia
19/06/2012 às 21:45.
Atualizado em 21/11/2021 às 22:56
 (Lucas Prates)

(Lucas Prates)

Um barraco coberto de lona preta, dividido em sete cenários escuros, onde situações mostram o turbilhão de emoções, sofrimento e dor que envolvem o submundo da droga. No início, o aliciamento dos jovens, as promessas de alegria, prazeres e fama, a ilusão.

Depois, a volta à realidade, os assaltos para ter dinheiro, comprar entorpecente, os acertos e desacertos entre traficantes, a alucinação provocada pelas drogas e as consequências finais: a cama de um hospital ou a invalidez numa cadeira de rodas, a cela imunda e abafada de uma cadeia superlotada ou, pior de tudo, o caixão que representa a morte.

Em ambientes escuros e abafados, cujo objetivo é criar uma atmosfera de desconforto e ansiedade, todos esses cenários e emoções são representados por 19 militares do 49ª BPm (Venda Nova) no projeto chamado “Túnel da Droga”. O trabalho é direcionado a crianças e adolescentes com o objetivo de mostrar que, na realidade, o mundo das drogas nada tem de fama e glamour, apenas ilusão, decepção, solidão, dor e morte. O projeto foi idealizado pelo subtenente Kennedy do 18º BPM (Contagem) em 1995. Após muitas apresentações, o projeto estava parado. Militares do 49ª decidiram reviver a iniciativa, que nesta terça-feira (19) recebeu dezenas de crianças e adolescentes da Escola Estadual Deputado Álvaro Salles, no bairro Trevo, região da Pampulha.

Nesta terça-feira, os alunos percorrerem os sete cômodos escuros e abafados, onde interagiam com atores e cenários. Os sargentos Sinvanil Aguiar e Geraldo Santos atuam como narradores das cenas e incentivam as crianças e adolescentes a interagirem com os atores.

No penúltimo cenário, os alunos conversam com “Gigante”, um traficante que foi abandonado pelos companheiros, foi baleado e acabou em uma cadeira de rodas. Logo depois, conversam com “Neguinho”, um traficante que achava que era “o cara”, mas agora está preso. Depois, os alunos participam do “velórios” de “Lourinho”, um traficante que “se achava”. As cenas da prisão e do velório são muito intensas e mexem com o sentimentos dos alunos. Finalmente, eles sentem alívio ao sair, se sentam em cadeiras onde são incentivados a lembrar tudo que viram. “Fiquei tão emocionada que chorei”, disse Evelyn Ribeiro, de 13 anos. Ana Luísa Gonzaga, de 17 anos e Raphael Oliveira, de 14 anos, admitem que “gostaram e aprenderam muito com a apresentação”.
A diretora Wanessa de Oliveira elogiou o projeto e disse que selecionou alunos em situação de risco.

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